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Cumprir “Sempre com a Madeira”

Terminei o mandato de Presidente do PS M com o melhor resultado de sempre nas autárquicas de 2017

Em 2015 fui pela primeira vez candidato à Assembleia da República. Tinha acabado de ser eleito Presidente do PS-M, depois de ter sido vereador, deputado regional, Vice Presidente e Presidente do grupo parlamentar na ALRAM. Mas, principalmente, logo a seguir a umas eleições regionais que reduziram o partido a 5 deputados na ALRAM. Na altura assumi vários compromissos, mas gostaria de destacar dois deles. No plano interno, assumi que recolocaria o PS-M no lugar que permitisse assumir-se, perante a população madeirense, como alternativa consistente. Esse caminho fez-se, ao mesmo tempo que travei algumas batalhas com Lisboa na luta pela defesa da autonomia. Terminei o mandato de Presidente do PS M com o melhor resultado de sempre nas autárquicas de 2017 e levei o partido para valores próximos de 40% de intenções de votos, batendo todos os recordes até então. O que se passou depois todos conhecem, mas cumpri com a minha palavra. O segundo grande compromisso, era a defesa incondicional dos dossiers da Madeira. Uma tarefa árdua porque o governo PSD/CDS que governou o país entre 2011-2015 arrasou as bases do relacionamento institucional com Região e, nessa altura, o governo do PSD M com a responsabilidade de uma dívida oculta colossal e de uma gestão errática e medíocre, foi incapaz de estabelecer pontes com o seu próprio partido para a defesa dos madeirenses. O resultado foi claro: os deputados do PSD e CDS da Madeira juntaram-se aos nacionais para aprovar malfeitorias aos madeirenses: um PAEF demolidor transformando os nossos concidadãos em vítimas das opções erradas do PSD M; um custo de um empréstimo acima do razoável; incompreensíveis proibições para manter o subsídio de insularidade; obrigações de redução de salários; proposta e aprovação de uma LFR prejudicial; recusa de investimentos na RAM e nenhuma solidariedade junto dos madeirenses, chegando mesmo a incumprir, a nosso desfavor, com uma LFR já de si muito nefasta.

O quadro era negro e era preciso recuperar a confiança, restabelecer as pontes e dar um novo fôlego à autonomia. Nessa legislatura, onde surgiu a geringonça, assumi, pela primeira vez, as funções de Vice Presidente do GPPS liderado por Carlos César. A partir dessa altura a história mudou a favor da Madeira. Assumi de corpo e alma que não hesitaria em confrontar governo socialista e os camaradas na AR quando o interesse dos madeirenses estivesse em causa. Deixei de lado o debate partidário puro e duro quando se tratava de assegurar apoios para a causa madeirense. Nem sempre foi fácil, mas aos poucos as conquistas foram demonstrando que este era o único caminho a fazer. Na segunda legislatura a abordagem foi a mesma e ainda com mais convicção e, talvez, com mais capacidade e reconhecimento nacional, ajudando ainda mais a procura de soluções. Hoje não tenho dúvidas: em seis anos obtivemos, mesmo com o ruído intrigante e gerador de obstáculos sucessivos dos deputados do PSDM, o maior pacote de soluções para a Madeira que há memória. Hospital, cabos submarinos, solidariedade efectiva em altura de incêndios, meios de combate a incêndios, apoios à habitação social, mudanças legislativas para transformar o registo de navios no mais competitivo da Europa, estabilidade do CINM, cooperação com as matérias relacionadas com o retorno dos emigrantes na Venezuela, investimentos em três esquadras, investimentos em tribunais na região, investimentos de grandes dimensões em projectos estruturais na energia hídrica, reciprocidade nos sistemas de saúde, transferências significativas para o serviço regional de saúde, reforço da mobilidade aérea multiplicando por 4 os apoios anuais negociados com o governo do PSD, negociação e financiamento da fixação de uma base da Ryanair na Madeira, negociação favorável de avultados ( o dobro) meios europeus, seja no PRR seja no próximo quadro; colaboração efectiva no combate à pandemia estendendo sistemas de apoio que suportaram fases muito difíceis da covid19, como o layoff, as moratórias ou as linhas de crédito, cumprimento integral de todos os direitos da RAM. Poderia continuar mas julgo já ser suficientemente expressivo e, sobretudo, permite que todos os meus amigos madeirenses saibam duas coisas: 1) qual o nosso ponto de partida 2) sou capaz de cumprir os compromissos! Queremos mais, mas precisamos de mais força e mais confiança porque sem esse capital não desafiamos os poderes instalados em Lisboa com o sucesso que desejamos.