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Eleições legislativas da Líbia no final de Janeiro um mês antes das presidenciais

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As eleições legislativas da Líbia acontecem no final janeiro, um mês antes das presidenciais, fazendo com que os dois escrutínios não se realizem no mesmo dia, como estava inicialmente previsto, anunciou hoje o porta-voz do Parlamento.

"A eleição dos membros da Câmara dos representantes terá lugar 30 dias após a eleição do Presidente [marcada para 24 de dezembro]", afirmou o porta-voz do parlamento, Abdullah Bliheg, numa conferência de imprensa, citado pela Agência France Presse.

De acordo com Abdullah Bliheg, o adiamento das eleições legislativas é justificado pelo carater prioritário da eleição presidencial.

"Nos últimos anos, o país não conseguiu estabilizar-se através do sistema parlamentar (...), para a Câmara dos representantes, era necessário organizar as eleições presidenciais o quanto antes", afirmou.

O parlamento líbio aprovou na segunda-feira a lei eleitoral que regerá as eleições legislativas.

Mergulhado no caos após a queda, em 2011, do regime de Muammar Kadhafi, a Líbia está a tentar sair de uma década de conflito marcada pela existência de poderes rivais e por violência sangrenta.

Depois do fim dos combates, no verão de 2020, entre os dois campos adversários, foi formado um Governo unificado e provisório para levar a cabo a transição.

A formação desse executivo, no final de um processo político patrocinado pela ONU, ofereceu um vislumbre de esperança.

O Governo, liderado pelo empresário Abdelhamid Dbeibah, foi encarregado por 75 personalidades líbias de todos os quadrantes, reunidas sob a égide da Organização das Nações Unidas (ONU), de unificar as instituições e concluir a interminável transição política realizando eleições legislativas e presidenciais a 24 de dezembro.

A aprovação da lei sobre as legislativas ocorreu pouco mais de três semanas depois da adoção pelo parlamento, sediado em Tobruk, no leste do país, de uma lei que rege a eleição do futuro Presidente, ratificada sem ser submetida a votação e que favorece o homem-forte do Leste, Khalifa Haftar, para desgosto das autoridades de Tripoli.

Fundamentais para o futuro do país, estas eleições permanecem hipotéticas, devido às profundas divisões que continuam entre os caciques líbios. A campanha eleitoral ainda nem sequer começou.

Representantes do Alto Conselho de Estado Líbio (HCE), órgão que atua como o Senado -- instalado em Tripoli -, e do parlamento reuniram-se na semana passada em Rabat, Marrocos, mas não revelaram qualquer acordo sobre a contestada lei eleitoral para as presidenciais, fazendo, sim, um apelo à comunidade internacional para apoiar o processo político em curso no país.