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Engenheiro nuclear norte-americano acusado de tentar vender informação sensível

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Um engenheiro nuclear da Marinha norte-americana com acesso a segredos militares foi acusado de espionagem ao tentar passar informação sobre submarinos movidos a energia nuclear a alguém que ele pensava ser um representante de um governo estrangeiro.

Segundo a agência Associated Press (AP), com base em informação divulgada hoje pelo Departamento de Justiça, o caso foi descoberto na sequência de uma operação que envolveu o Gabinete de Investigação Federal (FBI) e em que o engenheiro nuclear foi encarregue de tentar vender informações sobre o design de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear.

O suspeito pensou estar a passar informações a um representante de um governo estrangeiro, quando na verdade a pessoa em questão era um agente infiltrado do FBI.

Numa queixa criminal que detalhava acusações relacionadas com espionagem contra Jonathan Toebbe, o Governo disse que ele vendeu informações durante quase todo o ano passado a um contacto que ele acreditava representar uma potência estrangeira. Esse país não foi mencionado nos documentos do tribunal.

Toebbe, 42 anos, foi preso na Virgínia Ocidental, no sábado, juntamente com a sua esposa de 45 anos, Diana, mas não é claro se o casal tem ou não advogado.

O FBI diz que o esquema começou em abril de 2020 quando Jonathan Toebbe - um funcionário da administração norte-americano desde 2012 - enviou um pacote de documentos da Marinha a um governo estrangeiro e disse que estava interessado em vender manuais de operações, relatórios de desempenho e outras informações sensíveis.

As autoridades dizem que ele também forneceu instruções sobre como continuar a relação furtiva, com uma carta que dizia: "Peço desculpa por esta má tradução para a sua língua. Por favor, envie esta carta à sua agência de inteligência militar. Acredito que esta informação será de grande valor para a vossa nação. Isto não é um embuste".

O gabinete jurídico do FBI no país estrangeiro recebeu o pacote, que tinha um endereço de retorno de Pittsburgh, em dezembro do ano passado.

Isso levou a uma operação secreta de um mês, na qual um agente que se fazia passar por representante do governo estrangeiro se ofereceu para pagar milhares de dólares em moeda criptográfica pela informação que Toebbe estava a oferecer.

Em junho, diz o FBI, o agente disfarçado enviou 10 mil dólares em moeda criptográfica a Toebbe, descrevendo-o como um "sinal de boa fé e confiança".

Como parte da operação, dizem as autoridades, o FBI observou Toebbe chegar em múltiplas ocasiões a locais acordados para a troca, escondendo um cartão SD entre duas fatias de pão numa sanduíche de manteiga de amendoim num caso e num pacote de pastilha elástica noutro.

A queixa alega violações da Lei da Energia Atómica, o que torna crime a divulgação de informações sobre armas atómicas ou materiais nucleares com a intenção de prejudicar os Estados Unidos.

Espera-se que os Toebbes tenham as suas audições iniciais em tribunal na terça-feira em Martinsburg, Virgínia Ocidental.