Madeira

Intrigantes

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Boa noite!

Das coisas que me intrigam na gestão doméstica da pandemia, partilho três neste dia em que todos ouvimos Marcelo Rebelo de Sousa alertar que é "preciso agir depressa e drasticamente":

. O presidente do Governo reiterou hoje a "disponibilidade total" da Região para receber doentes com covid-19 do continente, na sequência da "sobrecarga" existente nos hospitais. Louva-se a solidariedade insular inquestionável, embora restrita a três doentes, bem menos do que os madeirenses que a esta hora estão internados nas unidades de saúde continentais à beira do colapso, e que, com facilidade, o Ministério da Saúde identificará. Se, como garantiu esta semana Pedro Ramos, "agora, parece haver uma tendência decrescente, que esperamos se mantenha" no número de casos, não dava para ser mais generoso, dada a angústia nacional a que assistimos?

. O executivo que nos governa decidiu prorrogar as medidas de confinamento em vigor, devido à pandemia de covid-19, até 21 de Fevereiro, no mesmo dia em que o Presidente da República anunciou a necessidade de prolongar as restrições até final de Março. Ou seja, vai manter-se em vigor o recolher obrigatório, a suspensão das aulas presenciais e as bebedeiras de sofá, e simultaneamente assaltos como nunca, insegurança acrescida e um ou outro abuso mais badalado pelas autoridades quando o infractor não tem costas largas e de certa forma silenciado quando protagonizado por gente de bem. Estes tratamentos desiguais também se aplicam aos denunciantes, lestos a apontar o dedo aos fracos, mas quase sempre cúmplices dos poderosos. Vai sendo tempo da hipocrisia pagar imposto.

. O presidente do Governo Regional garantiu esta noite ao DIÁRIO que a proibição de viagens internacionais, anunciada pelo Governo da República, como medida de contenção da pandemia, não inclui a Madeira. Miguel Albuquerque não disse e se calhar nem pensou no assunto mas, com jeito, dada a situação de excepção, o aeroporto da Região pode ser por uns dias o único hub nacional. Basta receber aviões do estrangeiro e a partir daqui distribuir passageiros nos pouco frequentados voos domésticos para Lisboa e para o Porto, e vice-versa. Está encontrado um filão a explorar, a menos que seja ilegal!

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