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Paleontólogos descobrem ovos de dinossauros com 68 milhões de anos

A descoberta foi feita nos Pirinéus e envolve paleontólogos portugueses e espanhóis

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A jazida tem 30 ovos de dinossauros, mas a previsão dos especialistas é que possa haver mais ninhos

Paleontólogos portugueses e espanhóis estão a escavar uma jazida com ovos de dinossauro com 68 milhões de anos perto dos Pirenéus, em Espanha, disse ontem um dos investigadores, que espera poder encontrar os primeiros embriões de dinossauro daquele país.

"É uma jazida que tem 68 milhões de anos e 30 ovos de dinossauro, mas prevemos que possa ter quatro ninhos diferentes e mais de 100 ovos", afirmou à agência Lusa Miguel Moreno-Azanza, especialista em ovos de dinossauro e um dos elementos da equipa.

A equipa internacional estima que os ovos de dinossauro, em bom estado de conservação, pertençam a dinossauros saurópodes tiranossauros, herbívoros quadrúpedes com caudas e pescoços longos, que podem chegar a 30 metros de comprimento.

Dado o estado de conservação, "podem vir a ser encontrados embriões, que seriam os primeiros descobertos em Espanha e pertenceriam aos últimos dinossauros da Europa", apontou o investigador, lembrando que os achados de ovos de dinossauro são raros em todo o mundo.

Os fósseis de ovos de dinossauro pertencem ao final do Cretáceo, com 68 milhões de anos.

O material foi encontrado em rochas que os especialistas acreditam serem mais recentes do que os dinossauros, pelo que "existe mais potencial para ter dinossauros e estão à procura de outras jazidas ao longo dos Pirenéus".

A jazida foi encontrada no final de 2019 por José Manuel Gasca, paleontólogo espanhol e adepto de corrida todo o terreno ('trail running'), durante uma sessão de treino.

Devido às restrições causadas pela pandemia de covid-19, o trabalho de campo arrancou só há uma semana e vai prolongar-se até outubro.

As escavações estão a ser efetuadas por uma equipa composta por investigadores da Universidade Nova de Lisboa e do Museu de Lourinhã, em Portugal, e do Grupo Aragosaurus da Universidade de Saragoça, em Espanha.

Entre os investigadores, encontram-se Octávio Mateus e Miguel Moreno-Azanza, da Universidade Nova de Lisboa, colaboradores do Museu da Lourinhã e dois dos maiores especialistas mundiais em ovos de dinossauro.

A investigação é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal.

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