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Marcelo pede atenção à coesão social na aplicação dos fundos europeus

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O Presidente da República pediu hoje que se tenha atenção à coesão social na aplicação dos fundos europeus, para não se agravar ainda mais as desigualdades em Portugal, referindo que tem pensado bastante neste assunto.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem num discurso durante uma cerimónia de inauguração da exposição e lançamento do livro "A cidade que não existia", de Alfredo Cunha, na Galeria Municipal Artur Bual, na Amadora.

A propósito das fotografias de Alfredo Cunha que retratam o atual período de pandemia de covid-19, o chefe de Estado considerou que estes fenómenos também servem para "tornar mais patente o que no dia a dia está oculto", como o envelhecimento da sociedade portuguesa e "o egoísmo das crises, a solidão das grandes urbes, a dificuldade de encontrar novas formas de solidariedade social para além das clássicas".

O Presidente da República defendeu que não se pode ignorar "as pessoas de carne e osso" e, referindo-se aos fundos europeus, acrescentou: "Milhões, é preferível tê-los do que não tê-los e é ótimo tê-los. Mas é completamente diferente utilizá-los olhando para a necessidade de aumentar a coesão social, ultrapassar as desigualdades e, portanto, reforçar o tecido social, todo ele, do que de repente descobrirmos que os milhões serviram para uma parte da sociedade dar um salto brutal e outra parte ficar mais atrás".

"E eu tenho pensado um bocadinho nisso, para não dizer que tenho pensado muito nisso. E esse é um equilíbrio fundamental a fazer entre o que são os projetos verdadeiramente desbravadores do futuro, de ponta, que temos de ter, e depois aquilo que é o lastro social que, se não ganha em coesão social, puxa o resto para trás, tirando uma minoria muito minoria", reforçou.

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