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Madeira sensibiliza para a prevenção do suicídio em tempos de pandemia

O Grupo de Trabalho da Prevenção do Suicídio da Unidade de Psicologia do SESARAM deixa dicas e conselhos para lidar com um problema grave que afecta a sociedade

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Foto Shutterstock

Nos dias de hoje, morrem cerca de 1.000 pessoas por suicídio em Portugal e 800 mil em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde fala num "problema grave” que deve ser encarado como “uma prioridade em saúde pública”.

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio é hoje assinalado e este ano, devido à situação pandémica pelo covid-19, as atenções focaram-se noutras visões da saúde pública.

De acordo com o Grupo de Trabalho da Prevenção do Suicídio da Unidade de Psicologia do SESARAM, nem sempre o confinamento ou mesmo a ameaça da pandemia se expressa num aumento directo de casos de suicídio, já que em vários estudos efectuados sobre o impacto de adversidades catastróficas (ex. furacões, inundações, etc.) sobre as comunidades, não foram encontrados posteriormente aumentos significativos no número de suicídios.

“Devemos estar particularmente atentos, no entanto, à maior vulnerabilidade provocada pelos efeitos da pandemia (social, económica e psicológica) quer em termos actuais, quer nos anos que se avizinham”, defende o Grupo de Trabalho do SESARAM, pois os períodos de crise “aumentam a prevalência dos comportamentos violentos, de agressividade para com os outros ou contra o próprio”. Fala, por isso, na possibilidade de um “aumento de comportamentos autodestrutivos associado às sequelas económicas da pandemia (falências, perda de emprego e de poder de compra, carências habitacionais ou mesmo alimentares) como foi demonstrado em depressões financeiras passadas (anos 30, crise financeira de 2008, etc.)”.

O estudo do Grupo de trabalho conclui ainda que as doenças psiquiátricas são de longe o factor que mais contribui para o suicídio, em especial a depressão e o alcoolismo. Durante o confinamento há registos de aumento da venda de bebidas alcoólicas, prevendo-se que possa haver um agravamento dos problemas ligados ao álcool. Por outro lado, nos últimos meses estudos nacionais e internacionais confirmaram um aumento significativo dos níveis de stress e do sofrimento psicológico (ansiedade, medos, insónia, pesadelos, irritabilidade, desanimo, desesperança…) na população.

“Se suspeitar que alguém pode estar a considerar o suicídio, não abandone essa pessoa e procure de imediato ajuda profissional”, alerta o SESARAM, salientando a necessidade de encontrar um local adequado e calmo para falar acerca de suicídio com a pessoa que o preocupa. “Mostre-lhe que está atento, incentive a pessoa a procurar ajuda profissional e ofereça-se para o acompanhar neste processo”, referem ainda estes profissionais de saúde, referindo ainda a necessidade de assegurar que a pessoa não tem meios para fazer mal a si própria em casa.

A linha de apoio 291 212 399 ou 808 24 24 24 está disponível para ajudar nestas situações, assim como os serviços de saúde que dispõem de profissionais capacitados para dar a melhor resposta.

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