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Justiça francesa abre investigação a acusações de pedofilia contra ex-autarca de Paris

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A Justiça francesa anunciou hoje a abertura de uma investigação às acusações de abuso sexual contra o ex-vice-presidente de Paris Christophe Girard, feitas por um homem que diz ter sido vítima quando ainda era menor, na década de 1990.

"As investigações (...) procurarão apurar com exatidão se os factos denunciados são suscetíveis de compreender crime e se, pela antiguidade, adquirem a prescrição da ação pública", explicita o procurador Remi Heitz, em comunicado divulgado pelo Tribunal de Paris, citado pela agência France-Presse (AFP).

A investigação vai ser conduzida pela Brigada de Proteção de Menores.

A denúncia foi feita por Aniss Hmaïd ao diário norte-americano The New York Times. O homem, agora com 46 anos, disse que foi abusado sexualmente por Christophe Girard quando tinha 16 anos e que as práticas abusivas continuaram durante cerca de 10 anos, deixando-o com "feridas psicológicas duradouras".

A advogada do antigo vice-presidente da autarquia da capital francesa, Delphine Meillet, disse que Christophe Girard contesta "essas denúncias e esses factos com a maior firmeza", acrescentando que vai dar entrada com um processo por "denúncia caluniosa" contra o diário norte-americano, pela publicação do artigo com a alegada denúncia.

Girard renunciou ao cargo de vice-presidente de Paris em 23 de julho, sob forte pressão pelas relações que mantinha com o escritor Gabriel Matzneff, que está acusado do crime de pedofilia.

O antigo autarca também confirmou à AFP que iria renunciar temporariamente ao mandato no Conselho de Paris, cuja presença neste órgão governativo da capital tem sido fortemente contestada há várias semanas.

"Por uma questão de serenidade e do bom funcionamento da maioria no Conselho de Paris, propus (...) a minha retirada [deste órgão]", declarou Christophe Girard.

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