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Era uma vez, antes e depois do Covid 19

O Mundo com certeza repartir-se-á por um novo AC/DC: antes e depois do Covid 19. É uma inevitabilidade.

Como referiu Freud, é sempre oportuno acreditar que “em última análise, precisamos amar para não adoecer.”

O TEMPO NÃO É PARA A PARTIDARITE, MAS!

Suspender, esporadicamente, a atividade partidária não significa (ou significou) efetivo agachamento de “banda larga”. É um momento de reflexão, um momento de exceção pela crise sanitária, económica e social que o tempo de agora situa. Contudo, esse tempo de reflexão e de união esgota-se quando fica claro que as agências de comunicação contratadas produzem guiões demasiadamente artificializados, e com motivos partidários.

A escandalosa falta de comunicação com os municípios (tardiamente resolvida esta semana) e a ausência de participação ou diálogo entre quem executa (o Governo) e quem fiscaliza (os partidos) são sintomáticos.

É fundamental ajudar a construir o momento, mas o tempo da construção faz-se melhor com pluralismos, e com o principal órgão de governo próprio aberto à discussão e às votações.

OS TEÓRICOS MEDEM-SE PELA QUANTIDADE DE CARACTERES NAS REDES

Perdoem-me mas tenho de generalizar, apesar das excepções.

Este tempo também agonizou ansiedades de muitos “treinadores de sofá”. Há receitas e temperos para todos os gostos, e muitos egocentrismos que tendem a ver, apenas, os interesses de uma classe ou do vizinho que passeia o cão ou corre na rua É preciso ver globalmente, e ter os olhos bem abertos para ver ao perto e ao longe.

Perante uma já outra pandemia, parceira da primeira (a social), com o aumento de desemprego, da pobreza e outras fragilidades sociais é fundamental ajudar em diferentes perspectivas.

Pergunto? Sem qualquer pretensão de juízo sobre uns, ou vanglorio de outros! Quantos de nós, por exemplo, ajudamos os cidadãos a fazer pedidos de moratórias à banca (agora oportunista); encaminhamos e esclarecemos dúvidas de empresas e empresários à tempestade legislativa das últimas semanas? Quantos de nós saímos (com regras) para entregar um cabaz à família x ou y que habitualmente (parte do agregado) fazia uma refeição quente na escola ou que recebia apoio institucional? Quantos de nós contataram os serviços da segurança social para encaminhar diversos pedidos; quantos fizeram seguir casos de despedimentos ilegais para as entidades competentes?

UMA ASSEMBLEIA REGIONAL QUASE DESERTA ....

É um exemplo de como o principal órgão de governo próprio não parece cumprir o estatuto de autonomia. A assembleia não pode limitar-se às reuniões das comissões especializadas por mail e ao envio de cartas embelezadas pela heráldica do envelope. Tem de fazer mais que isso, e seguir o exemplo que a conferência de líderes da Assembleia da República: a realização de plenários reduzidos.

Para bom parlamentar, meio parlamento chega. Essa é a questão essencial, sem miudezas.

São nas alturas de crise que somos todos postos à prova. E é nestas alturas que devemos “descer à terra” e mostrar aos madeirenses e portosantenses que podem contar com o Parlamento Regional para resolver os problemas que afligem a Região. Acima de tudo é em alturas de crise que nos apercebemos da fibra de uns e de outros.

UM “PAI” CHAMADO ESTADO

Março é o mês do Pai, e também uma data em que muitos dos ultraliberais que conheço parecem ter-se convertido à estatização da economia, e ao novo “pai” chamado Estado. Até os grandes grupos económicos, com elevados lucros, recorrem ao lay-off, e pedem ajuda àquele Estado que, desde sempre, secundarizaram para observador.

Nunca o conceito de “Estado Providência”, quase confinado à saúde, faz agora tanto sentido. Cada vez mais expandido à economia e ao social. “

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