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Ministra da Cultura lembra “um dos trovadores de Abril”

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A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lembrou o músico Pedro Barroso, que morreu hoje, como “uma das vozes da canção de intervenção portuguesa e um dos trovadores do 25 de Abril”.

Graça Fonseca recordou que o músico tinha “uma ligação especial ao Ribatejo” e salientou que “iniciou a sua carreira musical nos anos 1960, no programa ‘Zip-Zip’”, que “revelou muitos dos cantautores que marcaram durante décadas a música portuguesa”.

“Com uma vasta discografia, [Pedro Barroso] começou a gravar nos anos 1970, na mesma altura em que se estreou no Teatro Experimental de Cascais, sob a direção de Carlos Avilez”, afirma a ministra que recorda o concerto do músico, em 2009, no Teatro São Luiz, em Lisboa, pelos 40 anos de carreira e que anunciou na ocasião como a “despedida dos palcos”, que só veio a acontecer 10 anos depois.

A 21 de dezembro passado, Pedro Barroso subiu pela última vez a um palco, para celebrar 50 anos de carreira. O espetáculo, no Teatro Virgínia, em Torres Novas, contou com vários artistas, entre eles João Chora, Teresa Tapadas, António Laranjeira e o seu filho Nuno Barroso.

A ministra refere-se a Pedro Barroso como “autor multifacetado” que “foi pioneiro nas áreas da musicoterapia e do ensino de crianças surdas-mudas”.

Pedro Barroso, realça Graça Fonseca, pertenceu a “uma geração única da música portuguesa, que transformou a canção em protesto, manifesto, pensamento e transformação social”.

“Pedro Barroso ensinou-nos que ‘a resistência de um povo também se cria a cantar’, uma mensagem tão importante quando a escreveu como nos dias que vivemos, em que é preciso cantar e continuar a resistir”, remata a governante.

Pedro Barroso nasceu em Lisboa, em 28 de novembro de 1950, numa família de Riachos, Torres Novas, cidade onde viveu desde a infância e que sempre considerou a sua terra natal.

Intérprete de êxitos como “Menina dos Olhos D’Àgua”, celebrou, em dezembro passado, 50 anos de carreira, com um concerto na localidade.

No passado dia 20 de dezembro, na véspera desse derradeiro concerto, escreveu na sua página oficial, na rede social Facebook: “Sim. Corto a ‘jaqueta de forcado’ amanhã [dia 21], no velho Teatro Virgínia, pelas 21:30 - com testemunho de 600 cúmplices [espectadores]; e quero dizer com isto, que cesso atividade como músico, não me retirando obviamente, nem como homem das ideias, nem das artes, nem das palavras. E da diferença. Não abandono a intervenção crítica, nem a cidadania, pelo menos enquanto o último neurónio mo permitir”.

Pedro Barroso deixou um álbum gravado, “Novembro”, a editar em abril, segundo a discográfica Ovação.

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