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Entradas e saídas restringidas na capital da Venezuela

foto EPA
foto EPA

As principais vias de acesso a Caracas estão hoje fortemente restringidas pelas forças de segurança e com longas filas de viaturas tentando entrar na cidade, no primeiro dia de quarentena em Caracas e outros seis Estados da Venezuela.

Como parte das restrições, foram instalados pontos de controlo da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) na autoestrada que liga a capital com o centro e as regiões do oeste do país, na principal via entre Caracas e o norte, onde estão as praias mais próximas, e ainda na que permite o acesso desde as localidades do leste do país.

As autoridades passam revista a todas as viaturas e interrogam os motoristas e passageiros sobre os motivos de estarem em circulação, sendo exigido o uso de máscaras.

Há queixas de que algumas viaturas estão a ser impedidas de avançar, principalmente na saída de Caracas para o Estado de La Guaira (norte), sendo permitida a circulação apenas para residentes naquela região.

Em algumas paragens de autocarros há presença de militares, exigindo o uso de máscaras ou que o rosto esteja tapado com um lenço ou outro material, para que as pessoas possam usar o transporte público de passageiros.

Vários supermercados de Caracas registavam, ao longo da manhã de hoje, pouca afluência de pessoas, com os trabalhadores a usarem máscaras, no primeiro dia de quarentena, em que o horário de funcionamento será apenas até às 18:00 horas locais.

Os comércios e bancos estão encerrados e as ruas estão praticamente sem trânsito em Caracas.

No domingo, o Presidente da Venezuela disse que foram detetados sete novos casos de Covid-19 no país, elevando assim para 17 o número de infetados, ao mesmo tempo que anunciou uma “quarentena coletiva” na Venezuela.

Nicolás Maduro explicou que a cidade de Caracas e seis dos 24 estados do país - La Guaira, Miranda, Zúlia, Táchira, Apure e Cojedes - passariam a estar em “quarentena coletiva e social”, a partir das 05:00 de segunda-feira (09:00 de hoje em Lisboa), como medida preventiva contra a pandemia de Covid-19.

Sobre a quarentena, Maduro explicou que é “ficar em casa, estando suspensas aulas e todas as atividades laborais, exceto a de redes de distribuição de alimentos, serviços sanitários e de saúde”.

Incluem-se nestas exceções “os serviços de segurança policial e militar, e o transporte (público) com a obrigatoriedade de uso de máscaras nas suas distintas modalidades”.

Maduro precisou que, nos próximos dias, de maneira progressiva, a quarenta será estendida a toda a Venezuela e pediu o apoio da população, dos líderes civis, populares e militares nesse sentido.

A Venezuela está, desde sexta-feira, em “estado de alerta”, que permite ao executivo “ditar decisões drásticas” para combater a pandemia.

Foram suspensos os voos provenientes da Europa, Colômbia, Panamá e a República Dominicana, estando também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, do Japão e da Coreia do Sul.

As escolas venezuelanas estão encerradas e também todos os clubes culturais e recreativos de portugueses em Caracas, sendo obrigatório usar máscaras de proteção no metropolitano e no sistema ferroviário.

As autoridades estão a apelar às pessoas para não saírem de casa, principalmente os que tenham mais de 65 anos de idade.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 170 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 148 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 331 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 77 mil recuperaram.

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