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Apelo aos alemães para ficarem em casa, 1.174 novos casos em 24 horas

Foto EPA
Foto EPA

As autoridades alemãs anunciaram novas medidas sem precedentes destinadas a conter a epidemia de coronavírus e apelaram à população para “ficar em casa”, quando foram registados mais de 1.000 novos casos em 24 horas, com um total de 6.012 pessoas infetadas.

O Presidente Frank-Walter Steinmeier pediu hoje aos alemães para ficarem em casa, renunciarem às suas férias e ainda ao encerramento dos estabelecimentos não essenciais, quando os casos de infeções se têm multiplicado, com 1.174 novos casos confirmados entre domingo e hoje, mais de 6.000 pessoas afetadas e 16 casos mortais, segundo referiu o instituto alemão Robert-Koch, especialista no combate às epidemias.

“Fiquem em casa! Evitem o contacto próximo!”, exortou numa mensagem vídeo na sua página internet e dirigida à população.

Estas medidas “são necessárias, por favor respeitem-nas”, acrescentou Steinmeier e quando os parques, as esplanadas, em particular na capital Berlim, permaneceram muito frequentadas no fim de semana devido à chegada da primavera e ao regresso do sol.

A chanceler Angela Merkel, e numa outra medida significativa decretada por Berlim, anunciou a proibição de viagens “para as férias no país e no estrangeiro”, e quando os alemães são tradicionalmente grandes viajantes no exterior das suas fronteiras, em particular em direção a Espanha.

Foi a segunda vez em poucos dias que a chanceler compareceu perante os media para detalhar as medidas, após ter sido criticada por diversos comentadores que lhe apontaram falta de “liderança” e de ter reagido tardiamente.

O Governo alemão também decidiu o encerramento de estabelecimentos comerciais não essenciais e a proibição de eventos nos locais de culto.

Todo o comércio, à exceção de supermercados, farmácias, correios, bancos, media, estufas e salões de cabeleiro devem fechar, segundo um comunicado publicado após uma reunião da chanceler com os dirigentes das 16 regiões alemãs.

Bares, discotecas, teatros, salas de concerto e museus vão cessar a sua atividade em todo o território, e ainda os estabelecimentos fechados, num país onde a prostituição é legal e enquadrada por lei.

As reuniões de associações, clubes desportivos, escolas de música, ou cursos promovidos pelas universidades populares são igualmente proibidos.

Pelo contrário, os mercados semanais, que atraem multidões em particular ao sábado, poderão continuar a funcionar.

As visitas a lares de idosos ou centros de apoio a pessoas idosas deverão ser restringidas, pelo facto de as pessoas mais idosas serem particularmente afetadas pelo novo coronavírus.

Todas as escolas e creches do país devem igualmente fechar as suas portas.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 309 mortos (9.191 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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