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Rússia vai encerrar as suas fronteiras aos estrangeiros

Foto EPA
Foto EPA

A Rússia vai encerrar a partir de quarta-feira e até 01 de maio as suas fronteiras aos cidadãos estrangeiros, à exceção dos residentes permanentes no país, anunciou hoje o Governo russo.

Em comunicado, o Governo indica que o primeiro-ministro Mikhaïl Michoustine avisou na noite de hoje diversos chefes de governo de países próximos de Moscovo sobre a entrada em vigor desta medida a partir da meia-noite de quarta-feira (21:00 de terça-feira em Lisboa).

“Para garantir a segurança do Estado, defender a saúde pública e prevenir a propagação da infeção pelo coronavírus, o Governo russo (...) decidiu restringir temporariamente a entrada na Federação da Rússia aos cidadãos estrangeiros e apátridas”, declarou Michoustine aos seus colegas, segundo o comunicado.

Os diplomatas e cidadãos estrangeiros que residam de forma permanente na Rússia não são abrangidos pela medida, acrescentou.

Esta decisão foi anunciada quando o número de casos recenseados de doentes do novo coronavírus na Rússia aumentou de 63 no domingo para 93 hoje, a maioria na capital. Pela primeira vez, casos de pessoas contaminadas em território russo, e não no estrangeiro, foram revelados em Moscovo.

Pouco antes, a cidade de Moscovo tinha anunciado o encerramento a partir de sábado de todas as escolas, permitindo que até essa data os pais possam optar por retirar os seus filhos dos estabelecimentos escolares.

Todas as atividades extraescolares também serão proibidas e será imposta a partir de terça-feira uma redução drástica na maioria das atividades públicas devido à pandemia.

O presidente da câmara municipal de Moscovo, Sergueï Sobyanine, também apelou às pessoas idosas e às populações de maior risco a “não saírem de suas casas salvo em caso de necessidade”.

Numa referência aos eventos públicos, foi interdita “toda a forma de lazer cultural, desportivo ou educativo ao ar livre” e o interior dos edifícios e infraestruturas “devem ser limitados a 50 pessoas no máximo”.

“Apelo aos pais das crianças que não forem à escola para não frequentarem centros comerciais, parques e qualquer espaço público. O encerramento das escolas não constituiu férias suplementares, mas uma medida de isolamento voluntária”, escreveu no seu site internet o presidente da câmara moscovita.

Moscovo também decidiu ampliar a medida de autoconfinamento aos viajantes provenientes dos Estados Unidos, Reino Unido, de toda a União Europeia, da Ucrânia e da Bielorrússia. Até ao momento, a lista estava limitada aos países asiáticos e europeus mais atingidos pela pandemia.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.850 morreram.

Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 140 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com quase 60 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.

A Itália com 2.158 mortos (em 27.980 casos), a Espanha com 309 mortos (9.191 casos) e a França com 127 mortos (5.423 casos) são os países mais afetados na Europa.

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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