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Agência brasileira de inteligência ajudou Flávio Bolsonaro em caso de corrupção

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A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão público ligado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo do Brasil, produziu relatórios para ajudar a defesa de Flávio Bolsonaro num caso de corrupção investigado no Rio de Janeiro.

A informação foi divulgada hoje pela revista Época, que teve acesso a documentos produzidos dentro da Abin que alegadamente favoreceram a estratégia de defesa de Flávio Bolsonaro, senador e filho mais velho do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

Segundo a revista, as orientações da Abin ajudaram os advogados de defesa numa estratégia para encerrar as investigações contra Flávio Bolsonaro, anulando provas recolhidas na investigação sobre alegadas atividades criminosas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Um documento produzido pela Abin divulgado pela revista expressava o claro objetivo do órgão de "defender FB [Flávio Bolsonaro] no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB".

Os advogados de Flávio Bolsonaro tentam anular judicialmente todas as provas recolhidas no caso das "rachadinhas", nome dado a um esquema de desvio de dinheiro público através da apropriação de parte do salário de funcionários de gabinete.

Em novembro passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou Flavio Bolsonaro e mais 15 ex-assessores, incluindo o seu antigo braço-direito, Fabrício Queiroz, por organização criminosa, desvio de fundos, lavagem de dinheiro e apropriação indevida.

O inquérito começou após um relatório do antigo Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de controlo financeiro atualmente ligado ao Banco Central do país, detetar movimentações financeiras suspeitas nas contas bancárias de Queiroz, no final de 2018.

As movimentações de dinheiro acima dos rendimentos de Queiroz chamaram atenção porque aconteciam através de depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento dos funcionários da Alerj.

Queiroz chegou a ser preso em 18 de junho num imóvel na cidade de Atibaia, no interior do estado de São Paulo, do advogado Frederick Wasseff, que à época trabalhava para a família Bolsonaro.

O antigo assessor foi detido porque os procuradores encontraram indícios de que continuava cometendo crimes ao tentar apagar rastos e falar com testemunhas da investigação, mas devido a problemas de saúde responde ao inquérito em liberdade.

Os investigadores afirmam que Flávio Bolsonaro comandava o alegado esquema criminoso no seu antigo gabinete na Alerj e fazia o branqueado dinheiro arrecadado numa loja de chocolates no Rio de Janeiro da qual é sócio e também comprando e vendendo imóveis.

Flávio Bolsonaro e seus advogados sempre negaram todas as acusações.

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