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Menos e melhor

A semana passada assisti, com um grupo, à festa da flor. E lembrei-me de dois artigos da cnn.com. Um deles questionava-se sobre se o mundo podia ser salvo do turismo excessivo, outro falava dos problemas decorrentes do excesso de popularidade de Veneza.

De acordo com a CNN, um pouco por todo o mundo, mas principalmente na Europa, o excesso de turismo tem vindo a gerar problemas, que variam um pouco de destino para destino. As maiores reclamações vêm daqueles destinos que se queixam sistematicamente de excesso de procura, como Barcelona, Madrid, Paris e Veneza, mas também locais como Machu-Picchu.

As cidades europeias queixam-se do impacto negativo do excesso de visitantes nas infraestruturas e principais atracções, mas também do impacto negativo no preço das rendas e do imobiliário, que estão a afastar residentes.

A solução passa por selecionar os visitantes, e uma das formas de o fazer é fazendo subir os preços. O aumento dos preços reduz a procura e, simultaneamente, mantém ou aumenta os proveitos, fazendo ao mesmo tempo subir a classe social do visitante. Veneza, por exemplo, propõe-se cobrar uma taxa turística de até 9 euros por dia para reduzir a procura em dias de enchente. Também tentou recusar a passagem dos grandes navios de cruzeiro pelos canais interiores, bem como reduzir o número de navios que visitam a cidade em simultâneo

A dificuldade está em determinar o ideal em termos de números de visitantes, e em determinar a classe social que melhor se ajusta às necessidade de uma dada região, e em conhecer suficientemente bem essa classe social de forma a garantir que as suas necessidades e/ou aspirações são satisfeitas por uma determinada oferta no destino – bem como garantir que a promoção do destino se adapta ao público a capturar.

Por outras palavras, interessa-nos ter menos pessoas a pagar mais. Mas a tendência regional tende exactamente para o inverso, o que é trágico para o futuro do destino e, consequentemente, da Região.