Madeira

Investimento “incoerente” naquela zona

Hélder Spínola discorda da localização do projecto de piscicultura junto à Fajã dos Padres por ser uma zona sensível

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“Este tipo de investimento naquela zona revela-se incoerente com toda a definição que tem sido feita em termos de classificação, protecção e valorização daquele espaço”, considera Hélder Spínola, biólogo, investigador e professor na Universidade da Madeira, reagindo esta manhã à manchete do DIÁRIO, que dá conta de um projecto composto por 20 jaulas previsto ser instalado em frente à Fajã dos Padres e ao largo do miradouro do Cabo Girão.

Hélder Spínola não se opõe que haja mais unidades de exploração de piscicultura nos mares da Madeira, mas discorda da localização deste projecto, por ser uma zona sensível, “definida pelo Governo actual, desde 2016, como uma zona sensível, zona protegida”, chamando também a atenção para o impacto do ponto de vista paisagístico.

“Não quer dizer que a piscicultura não possa ser feita, até porque é uma forma da Região poder ganhar maior autonomia na própria capacidade de fornecer esse tipo de recursos não só para a própria Região mas também para exportação, mas é conveniente enquadrar esse tipo de actividade em zonas menos sensíveis, quer do ponto de vista paisagístico, quer do ponto de vista dos próprios ecossistemas”, rematou.

Tendo em conta os elementos noticiados sobre a possível localização para a instalação e exploração das jaulas de piscicultura, o antigo dirigente da Quercus conclui que a mesma fica fora da área do Parque Natural Marinho do Cabo Girão, mas dentro do Sítio de Importância Comunitária Cetáceos Madeira da Rede Natura 2000, ou seja, “não sendo proibido implementar este tipo de actividade naquele local, obriga contudo a uma avaliação de impacte ambiental”, concretizou

O DIÁRIO noticia hoje que a empresa Marismar apresentou um projecto para a colocação de 20 jaulas (6 de 12,5 metros de diâmetro e 14 de 25 metros) cuja área estimada de ocupação é superior a 7.600 metros quadrados.

Faz também saber que o Governo Regional, através da Direcção Regional das Pescas, abriu discussão pública, que termina já esta terça-feira, dia 30 de Abril.