Madeira

Bispo recorda sofrimento das vítimas do acidente na Madeira e apela ao amor de Deus

Foto Jorge Freitas Sousa
Foto Jorge Freitas Sousa

Na homilia desta Sexta-feira Santa, celebrada na Sé do Funchal, o Bispo lembrou o trágico acidente com um autocarro de turismo, esta quarta-feira, 17 de Abril, no Caniço, que ceifou a vida a 29 “irmãos” e deixou tantos outros com ferimentos graves ou “com marcas no seu coração”, de um “momento onde a vida se mostrou frágil e fora do nosso domínio”.

Nuno Brás referiu-se a um “sofrimento a que não somos capazes de aportar qualquer explicação”, como é sempre o sofrimento inocente. “Na parede da casa destruída pelo autocarro, lá estava a cruz, como que a dizer-nos como o Senhor padece sempre de novo, hoje, nos nossos dias”, referiu o Bispo do Funchal.

Fazendo um paradoxo, referiu que os cristãos não podem “deixar de ver nestes acontecimentos um parentesco com o sofrimento mais inocente que é o de Jesus na Cruz”.

D. Nuno Brás recordou ainda o incêndio da catedral de Notre Dame, a “catedral da Europa”, símbolo de uma “Europa cristã que da terra eleva o seu pensamento, a sua acção, o seu espírito a Deus e procura e afirma que o Céu não se encontra desligado da terra, e que esta não consegue ser um espaço digno do homem sem a atitude orante de quem escuta, pede e responde a Deus”.

Abordou ainda o facto de o “incêndio destruidor” quase ter deitado por terra a Catedral de Paris e, no entanto, “permaneceu, significativamente, no seu interior, a cruz que, apesar do escuro das paredes queimadas, e contrastando com elas, continuava a brilhar, como que a proclamar, teimosamente, o amor de Deus por todos”.

Nesta Sexta-feira Santa, enalteceu a cruz de Jesus “colocada no centro da celebração, para receber a adoração dos fiéis”. Símbolo do “lugar do amor”, o Bispo refere que, longe de ser o “lugar da morte”, a cruz de Cristo “é antes o lugar onde resplandece o amor divino, com toda a sua grandeza, com todo o seu esplendor, com tudo o que tem de infinito e incompreensível”.

Nesta tarde de Sexta-feira Santa, apelou aos presentes na eucaristia celebrada na Sé do Funchal, para que deixem este “amor concreto, pessoal e eterno de Deus” iluminar a vida de cada um.