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Guaidó anuncia entrada de primeiro camião do Brasil com ajuda humanitária

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O Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, anunciou hoje através da rede social Twitter que o primeiro camião, de dois, com ajuda humanitária proveniente do Brasil entrou na Venezuela.

“Anunciamos oficialmente que a primeira remessa de ajuda humanitária já entrou pela nossa fronteira com o Brasil”, escreveu Guaidó na rede social.

Não há ainda confirmação de fontes independentes quanto à entrada do camião em território brasileiro.

Atualmente, Juan Guaidó encontra-se na cidade colombiana de Cúcuta, onde assistiu, na fronteira, à partida simbólica de camiões com ajuda humanitária para a Venezuela.

Por volta das 15:35 em Lisboa (11:35 na Venezuela), Guaidó tinha afirmado que a ajuda humanitária estava a caminho do território venezuelano.

“A ajuda humanitária vai a caminho da Venezuela”, disse, minutos antes de subir a um camião com ajuda, numa cerimónia transmitida em direto pelas televisões.

Espera-se que um segundo camião de ajuda humanitária também atinja ainda durante o dia de hoje aquela linha de fronteira, apesar de ter sofrido alguns problemas técnicos no trajeto de 220 quilómetros entre Boa Vista, capital do Estado de Roraima, e Pacaraima.

Centenas de venezuelanos concentram-se junto à fronteira para acompanhar a chegada do primeiro veículo com ajuda humanitária do Brasil, gritando palavras de ordem contra o Presidente Maduro e exigindo que os militares venezuelanos abram caminho e deixem passar a ajuda, segundo relata a agência espanhola Efe.

Hoje é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.

Juan Guaidó, opositor de Maduro e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino do país, prometeu introduzir essa ajuda humanitária na Venezuela neste dia, numa operação para a qual estão mobilizados milhares de cidadãos.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.