Madeira

Tranquada não é “homem de carpir mágoas” e diz que cargo de Representante “está bem entregue”

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O ex-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira foi, esta manhã, ao Palácio de São Lourenço, apresentar cumprimentos de despedida ao Representante da República. Tranquada Gomes esteve reunido com Ireneu Barreto que, no final da audiência teceu elogios o desempenho do presidente do parlamento.

“Desempenhou o seu cargo com extrema isenção, equidistante dos partidos. Fê-lo com imensa qualidade, teve momentos difíceis mas devo dizer que conseguiu superar. Penso que a Assembleia e a Região estiveram de parabéns enquanto o dr. Tranquada Gomes foi presidente”, afirmou.

Ireneu Barreto espera Tranquada continue a ser uma protagonista na política regional.

“É demasiado novo para passar à categoria de senador, será sempre uma reserva da Região e espero que ainda possa prestar os serviços de que a Região necessita”, afirma o Representante da República que diz ter construído uma relação e amizade com o presidente do parlamento.

Tranquada Gomes não foi reconduzido nas funções, que passaram a ser exercidas pelo centrista José Manuel Rodrigues, devido ao acordo de coligação e, por isso, suspendeu o mandato e não continua no parlamento.

“Cessei funções de presidente, não sou homem de carpir mágoas, vou para o meu escritório trabalhar e depois ver-se-á o futuro, mas isso não é uma preocupação no imediato”, garante.

Tranquada Gomes vai continuar a participar na vida do PSD e espera que o Governo de coligação, com o CDS, tenha sucesso.

“Desejo que esta solução de governo que foi encontrada e na presidência da Assembleia seja frutuosa porque a Madeira necessita de estabilidade. Os tempos que vêm aí não serão fáceis, serão muito exigentes”, lembra.

Sobre a eleição de José Manuel Rodrigues, não escondeu que foi contra e, por isso mesmo, deixou a Assembleia.

“Eu tomei a decisão de suspender o meu mandato, não participei na votação porque discordei. Tracei um determinado perfil de presidente da Assembleia que não se entroncava naquela que foi a escolha da coligação. Respeito, desejo felicidades ao novo presidente da Assembleia porque se o cargo for bem desempenhado, como espero que venha a ser e tem todas as condições para o ser, ganhará a Madeira e é isso que interessa”. Sublinha.

O facto de não concordar com a solução para a ALM não impede que defende o Governo de coligação.

“Não sou de carpir mágoas. O lugar não era meu, era dos deputados e estava consciente que num cenário em que houvesse uma coligação o lugar que ocupava poderia estra em causa. Essas coisas são normais em política e é preciso saber sair bem”, garante.

Tranquada Gomes nem sequer colocou a possibilidade de continuar como deputado. “Não era bom para mim, nem para o novo presidente. Com esta decisão, guardo algum recato que é o mais necessário nestes dias”.

No final, foi questionado sobre a possibilidade de vir a desempenhar as funções de Representante da República, sucedendo a Ireneu Barreto. A resposta foi um pouco evasiva.

“Esse assunto é mera especulação, acho que o cargo está muito bem entregue”, concluiu.