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Ecossistemas de água doce também são afectados por acidificação devido a dióxido de carbono

FOTO Shutterstock
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Um estudo científico divulgado hoje conclui que, tal como os oceanos, os cursos de água doce também são afectados pela subida de dióxido de carbono na atmosfera, aumentando a acidificação, com consequências para as suas espécies e ecossistemas.

“Alguns sistemas de água doce tornaram-se mais ácidos com a subida da pCO2 (pressão parcial de dióxido de carbono na atmosfera)”, refere o trabalho desenvolvido por um grupo de investigadores coordenados por Linda Weiss da Ruhr-University Bochum, na Alemanha.

Os resultados do estudo, que foi financiado pela National Academy of Sciences-Leopoldina e pela German Federal Environmental Foundation, “sugerem que o aumento dos níveis de dióxido de carbono pode ter efeitos generalizados nos ecossistemas de água doce”, refere informação divulgada sobre a investigação.

À medida que os níveis de dióxido de carbono sobem na atmosfera, mais deste elemento é absorvido pela água do mar, aumentando a acidificação dos oceanos e causando um conjunto de problemas aos ecossistemas e às espécies marinhas, já identificados através de vários estudos.

Agora, no trabalho hoje divulgado na publicação científica Current Biology, os investigadores apresentam as primeiras provas de que uma situação semelhante está também a acontecer na água doce.

Através de estudos em laboratório, os cientistas demonstraram que aumentos de dióxido de carbono na água doce podem ter efeitos negativos em, pelo menos, uma espécie decisiva na cadeia alimentar, um pequeno crustáceo (’daphnia’) que aparece em lagos, lagoas e reservatórios afectando a sua capacidade de defender-se dos predadores.

O ‘daphnia’ é importante porque é uma primeira fonte de alimento para vários animais maiores.

A equipa de cientistas estudou quatro reservatórios de água doce na Alemanha analisando dados de 35 anos - de 1981 a 2015, confirmando uma subida contínua de dióxido de carbono.