Turismo

Governo de Macau desafia operadores turísticos portugueses

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau conta com "o entusiasmo e a determinação dos operadores turísticos portugueses  para apostarem em estratégias que gerem maiores fluxos turísticos".

Alexis Tam considera mesmo que  “um dos pontos altos do congresso” é “a realização de reuniões de trabalho que juntará operadores de várias grandes cidades do Interior da China com profissionais de turismo portugueses por ser "uma oportunidade significativa para os dois lados explorarem possibilidades de negócios e tirarem partido da aproximação que Macau proporciona entre operadores chineses e portugueses”.

O encontro desta tarde “atraiu operadores turísticos de cerca de meia centena de agências de viagens do Interior da China interessadas em dinamizar o mercado ‘outbound’ e ‘inbound’ [de e para] de Portugal-Europa-China”. Razões não faltam. E há uma que fala mais alto:

"Mediante a inauguração dos voos directos entre Pequim e Lisboa, com uma ligação a Macau, foi dado um passo histórico que há que aproveitar. Macau está ainda integrada na iniciativa de “Uma Faixa, Uma Rota” e no Planeamento do Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau, ambos projectos de desenvolvimento nacional que vão continuar a trazer mais oportunidades e a abrir novos horizontes para Macau e os nossos parceiros. A inauguração para breve da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, será mais uma peça fundamental para dinamizar o turismo na região, sobretudo num âmbito de multi-destinos, que há também que aproveitar. Os profissionais de turismo portugueses têm em Macau uma boa base para explorarem todas estas oportunidades e estou plenamente confiante de que, tal como nas edições anteriores, a nossa cidade providenciará um local privilegiado para poderem vislumbrar o que esta dinâmica zona do mundo tem para oferecer e debaterem sobre “Turismo: A Oriente, tudo de novo!”

O governante enalteceu também o uso da cidade anfitriã do congresso da APAVT como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa. No discurso de abertura do 43.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que arrancou esta manhã em Macau, afirmou que nesta reunião magna dos agentes de viagens portugueses na cidade se foi “ainda mais longe, com Macau e a APAVT a fazerem pleno uso do papel da cidade como plataforma de relações entre a China e os países de língua portuguesa”.

Ao nível da dinamização da aproximação entre a China e os países de língua portuguesa, o responsável referiu que as iniciativas têm decorrido sobretudo no âmbito do mecanismo de relacionamento multilateral criado em 2003 com o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, cujo Secretariado Permanente é em Macau e que conta com delegados dos oito países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

“Devido às nossas relações históricas, além do Fórum de Macau, o relacionamento bilateral com Portugal é naturalmente privilegiado e mais próximo, com trocas de visitas regulares e cooperação nas mais diversas áreas. Ainda em setembro passado tive oportunidade de visitar Portugal para encontros com as autoridades portuguesas e aprofundamento das relações nas áreas da saúde, educação e cultura”, lembrou, exemplificando “o resultado das boas relações” com “o sucesso da candidatura conjunta do Arquivo de Macau e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, da colecção denominada “Chapas Sínicas” (Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Qing), inscritas há poucas semanas no Registo da Memória do Mundo da UNESCO”.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura do Governo da Região Administrativa Especial de Macau disse ainda que, enquanto destino anfitrião do evento deste ano, “é extremamente gratificante verificar a mobilização que o congresso nacional da APAVT em Macau gerou”, aludindo aos mais de 700 congressistas presentes, 650 dos quais, segundo fonte oficial da APAVT, são portugueses.