Turismo

Raúl Martins é candidato à presidência da Associação da Hotelaria de Portugal

Raúl Martins, da cadeia de hotéis Altis, vai-se candidatar à presidência do Conselho Geral da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), cujas eleições decorrem a 31 de março, anunciou hoje o presidente cessante, Luís Veiga.

"Não me irei recandidatar no processo eleitoral de 31 de março", disse Luís Veiga num encontro com jornalistas, que decorreu em Lisboa.

"Acho que deve haver uma rotatividade" e "Raúl Martins, do grupo Altis" será o candidato à presidência, estando a "produzir o seu programa de candidatura", acrescentou.

Luís Veiga fez um balanço dos seus três anos de mandato, apontando qeu neste período houve um aumento de 34% dos associados (mais 134).

"Devemos chegar ao final do ano com 600 associados", adiantou Luís Veiga.

Por sua vez, Raúl Martins disse que o seu objetivo à frente da AHP é "consolidar" a política de expansão feita pela presidência cessante.

"O meu primeiro objetivo é consolidar a presença da Associação da Hotelaria nas sete regiões turísticas, haverá reuniões do Conselho Geral nessas regiões", afirmou.

Entre outras prioridades está a questão da qualificação no alojamento turístico.

"Estamos preocupados com a liberalização do alojamento local. Não podemos aceitar que o alojamento local se instale sem a aceitação dos condóminos", disse, aludindo a queixas de desacatos nos condomínios.

A competitividade da oferta hoteleira, a questão do banco de horas numa atividade sazonal como é a do setor, os apoios de fundos comunitários e o IVA no alojamento serão outros temas em destaque.

Relativamente ao fluxo turístico, Raúl Martins considerou que este "pode manifestamente aumentar". "Queremos que o Governo entenda o peso do turismo na economia portuguesa e dê relevância a isso", salientou o candidato à presidência da AHP, que garantiu que Luís Veiga vai continuar nos órgãos sociais da associação.

Questionado sobre a TAP e o fim de algumas rotas, que tem colocado a região do Porto em confronto com a operadora aérea portuguesa, Raúl Martins considerou que a posição tomada pelo Governo em termos acionistas visa "ter capacidade de influenciar a gestão" da empresa, caso contrário tal "não valeria a pena".

"É evidente que a TAP, para funcionar, tem de ser rentável", acrescentou, salientando ser necessário "encontrar o equilíbrio entre os custos da operação e as receitas".

"Não defendo que se faça rotas com prejuízo", disse, salientando que também não vê com bons olhos que se acabem com rotas que têm uma orientação exportadora.

"O Governo e a região têm de conseguir [encontrar] esse equilíbrio", disse.

Já Luís Avelar chamou a atenção para o regime de incentivos que a ANA paga a companhias 'low-cost' [baixo custo], como é o caso dos voos da Ryanair para o Porto.

"Fica perto de 10 milhões de euros à Ryanair por ano, só para voar para o Porto", acrescentou Luís Veiga, que disse estar convicto que irá haver alterações na composição da administração da TAP.

Já sobre as perspetivas para este ano, Raúl Martins disse que "2016 será ainda melhor do que em 2015".

O candidato à presidência do Conselho Geral da AHP disse também que há intenção da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, em "rever" a legislação sobre o alojamento local, entre outras matérias.

Raúl Martins disse ainda que a direção executiva se vai manter.