Turismo

Turistas deixam dezenas de queixas/alertas

Quantos de nós já se queixaram dos serviços que encontram noutras paragens quando estão de férias? Não são muitos, naturalmente, apesar de todos nos depararmos com situações mais ou menos desagradáveis que, como é óbvio, procuramos rapidamente ‘esquecer’ de forma a continuarmos o período de férias descansado.

Por esse motivo, as queixas que constam na Secretaria Regional do Turismo terão de ser encaradas como alertas de quem procura a Região para relaxar e vê-se confrontado com situações desagradáveis que prejudicam a imagem da ilha enquanto destino turístico.

O DIÁRIO recebeu uma dessas queixas, de turistas espanhóis, contra o serviço de duas rent-a-car. Queixavam-se do atendimento deplorável dos funcionários e de terem sido explorados. Num espaço de poucos dias, tiveram mesmo de trocar de carro duas vezes sempre por problemas de bateria, facto cuja responsabilidade uma das rent-a-car, em resposta ao DIÁRIO, atribuiu aos turistas, garantindo que os carros são sempre alvo de revisões minuciosas antes de serem entregues aos clientes.Mas esta é apenas uma das várias situações que tivemos conhecimento. Largas dezenas de queixas chegam à Direcção Regional de Turismo (DRT), ano após ano. A tendência é variável, não se podendo estabelecer uma comparação temporal que defina o processo evolutivo das queixas.

Mas há um dado claro: em 2014 as queixas deverão certamente ultrapassar as registadas em 2013 em função dos números disponibilizados pela DRT ao DIÁRIO.

Isto porque de 1 de Janeiro até 31 de Agosto deste ano já tinham sido contabilizadas 174 queixas, apenas menos 22 do que em todo o ano passado.

Não é, todavia, um número demasiado elevado tendo em conta o passado recente, já que em 2010, por exemplo, até 31 de Agosto já se tinham verificado 214 reclamações. Em termos percentuais, significa que há uma redução de 18% relativamente ao presente ano.

2013 foi, de resto, um ano muito positivo neste particular. Entre 2010 e 2013 houve uma diminuição de 100 queixas exactas, ou seja, de 296 passaram para 196, ou seja, percentualmente a diminuição foi de 34%.

Nas queixas que chegam ao DIÁRIO, os turistas fazem saber, regra geral, que também denunciam os casos à Polícia de Segurança Pública quando se justifica e que não voltarão à Região, chegando mesmo a referir que avisarão familiares e amigos dos maus serviços que encontraram, incentivando-os a procurarem outros destinos de férias.

Este ano, por isso, podemos classificar que há já 174 alertas até ao final do mês passado. Sinais de que nem tudo está bem a este nível, numa terra em que o turismo é de vital importância em termos económicos.

De que se queixam as pessoas?

A maior parte das reclamações não derivam do património natural da ilha. Ninguém se queixa daquilo que encontra em termos ambientais, mas sim dos excessos ou maus serviços das pessoas que as recebem.

Na generalidade, e atendendo aos dados disponibilizados pela DRT, a maior parte das queixas dizem respeito aos serviços que encontram em estabelecimentos de restauração ou em empreendimentos turísticos, nos transportes ou rent-a-car, há ainda quem se queixe da violação da lei do ruído, assim como quem denuncie o abandono ou maus tratos a animais.