Pestana fica com gestão do Colombo's Resort
O grupo Pestana está em negociações bastante adiantadas com a ECS Capital, empresa que actualmente integra nos seus activos o empreendimento turístico-hoteleiro Colombo's Resort, no Porto Santo, com vista à gestão daquela unidade com a insígnia Pestana.Já há acordo entre ambas as partes, anunciou ontem a agência PressTUR, estando as negociações na fase final de discussão, quanto a um plano de trabalhos que serão assumidos pela ECS Capital. Um plano que garanta os acabamentos dos edifícios hoteleiros e de todas as áreas públicas e envolventes de serviços indispensáveis à abertura do Colombo's Resort, o que deverá verificar-se no final do próximo ano.Numa primeira fase o grupo Pestana contará na ilha do Porto Santo com mais cerca de 200 quartos, a partir do Verão de 2014. Ficará para mais tarde a redefinição do empreendimento, nomeadamente quanto à parte turística-imobiliária que poderá interessar também ao grupo Pestana. De momento, o acordo apenas prevê a conclusão da parte hoteleira e a sua eventual integração na unidade do grupo já existente na Ilha Dourada. Tudo depende também do sucesso que a operação do Porto Santo possa continuar a ter nos mercados internacionais, já que, admite-se que nos próximos dois anos os clientes nacionais continuem em baixa.O Pestana Porto Santo, com 275 quartos, foi inaugurado em Abril de 2008 e desde há dois anos que está a funcionar entre Abril e Outubro, em regime de "tudo incluído", com grande sucesso. Deve fechar este ano com um dos melhores desempenhos da rede de Dionísio Pestana, com um crescimento de receitas acima dos 20%, segundo fontes do maior grupo hoteleiro nacional.O 'Colombo's Resort' é um empreendimento que foi lançado pela Sociedade Imobiliária e Turística do Campo de Baixo S. A. (SITCB) em 2004. O autor do projecto de arquitectura é o catalão Ricardo Bofill. Desenvolveu-se num terreno vizinho ao do hotel Pestana, na ilha do Porto Santo, e foi interrompido praticamente quando entrou em fase de acabamento, no final 2008, por dificuldades financeiras da empresa promotora, declarada insolvente mais tarde, com uma dívida de cerca de 100 milhões de euros aos bancos BCP e BANIF e à empresa construtora Casais.Os bancos negociaram com a construtora e outros pequenos credores e assumiram a dívida, vendendo depois o empreendimento, tal como estava no final de 2008, à ECS Capital, sociedade gestora de fundos de capital de risco "private equity", fundada por António de Sousa e Fernando Esmeraldo, e que integrou o complexo de Porto Santo no fundo de capital de risco FLIT - Fundo Lazer, Imobiliário e Turismo. O FLIT, constituído no último trimestre de 2011, tem no seu portfolio activos que ascendem a 385 milhões de euros, dos quais são credores quatro bancos portugueses: CGD, BES, BCP/Millennium e Banif. O tempo de gestão deste fundo está programado para 20 anos, dispondo de um montante de cerca de 1,1 mil milhões de euros para recuperação dos activos que estão sob sua gestão.A ECS Capital é também responsável pela recuperação de um outro empreendimento madeirense que passou por um processo de insolvência, o "Madeira Golden Residence", que está integrado no "Fundo Recuperação", também titulado pela empresa de António Sousa e Fernando Esmeraldo.Starwood teve contrato assinadoLogo no início da obras, em Junho de 2005, a SITCB tinha assinado com a 'Starwood Hotels & Resorts Worldwide, Inc.' um contrato de gestão do empreendimento válido por 15 anos, podendo ser prorrogável por mais dez. Em Junho de 2007, o francês Pascal Fouquet, até então director-geral do "Le Méredien Bora Bora", na Polinésia Francesa, onde esteve sete anos, foi nomeado director-geral do Colombo's Resort.Mais tarde foram integrados na unidade do Porto Santo outros quadros que deram início à selecção de pessoal e constituíam a equipa base de gestão do empreendimento. A Starwood retirou-se definitivamente da Madeira no início de 2009.Projectado para "super-luxo"O Colombo's Resort estava projectado para ser um empreendimento de "super-luxo".Integrava cerca de 1.500 camas, entre um hotel de cinco estrelas, um aparthotel e diversas moradias e vivendas de luxo, além de um casino e outras facilidades para os seus hóspedes.Quando foi lançado nos mercados internacionais de vendas, em 2005, o investimento estava na fasquia dos 125 milhões de euros.Depois com diversas alterações, sobretudo na decoração de interiores, os custos subiram mais algumas dezenas de milhões. Muitas das vivendas encontram-se concluídas e decoradas.Segundo conseguimos apurar o património edificado não se tem degradado, dado que as entidades bancárias credoras entenderam-se sempre quanto à manutenção.