O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, criticou hoje a decisão do Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, país que definiu como “um Estado ocupante”.

Na cerimónia de encerramento de um evento dedicado à inovação empresarial, Erdogan disse que a decisão de Trump era contrária ao direito internacional, expondo numa tela gigante um mapa da Palestina, em 1947, e a posterior aparição e expansão do Estado de Israel.

“Israel é um Estado ocupante, a sua polícia está a disparar sobre jovens e crianças e está a espalhar o terror. Estão a atacar Gaza com os [aviões caças] F-16 “, acusou Erdogan, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Trump reconheceu na quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, tornando-se no único país do mundo a tomar essa decisão que representa uma rutura com décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana no âmbito do dossiê israelo-palestiniano.

“Digo muito claramente: ter a força não significa estar certo”, frisou o Presidente turco, acrescentando: “A tarefa dos líderes mundiais é promover a paz e não criar mais conflitos”, numa clara alusão à decisão de Donald Trump.

Erdogan, que muitas vezes se apresenta como defensor da causa palestiniana, convocou os líderes muçulmanos para uma cimeira da Organização da Cooperação Islâmica, em Istambul, na próxima quarta-feira.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, viajará para a Turquia na segunda-feira para discutir com Erdogan a questão de Jerusalém e a situação na Síria.

O Presidente turco multiplicou nos últimos dias as críticas contra Israel e os EUA, devido à situação criada em Jerusalém.

Depois de vários anos de crise bilateral, Turquia e Israel normalizaram as relações diplomáticas no ano passado, mas Erdogan continuou a criticar as autoridades israelitas em relação às suas políticas nos territórios palestinianos.