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Presidente norte-coreano elogia coragem de Trump

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O dirigente norte-coreano Kim Jong-un “analisa a situação” após a decisão “extremamente corajosa” do Presidente norte-americano, Donald Trump, de aceitar um encontro histórico, declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros sul-coreana, Kang Kyung-wha, numa entrevista divulgada ontem.

Pyongyang não respondeu publicamente a Trump, após o Presidente norte-americano ter apanhado de surpresa até os seus diplomatas ao aceitar o convite atribuído a Kim Jong-un para uma cimeira.

“Pensamos que o líder norte-coreano analisa agora a situação (...) Damos-lhe o benefício da dúvida e o tempo de que poderá necessitar para uma mensagem pública”, declarou Kang à televisão norte-americana CBS.

Nunca houve qualquer contacto direto entre os dois dirigentes, nem foi marcada a data ou o local para o encontro sobre o futuro do programa nuclear norte-coreano.

Consultas entre altos responsáveis da Coreia do Norte e da Suécia, país que representa os interesses norte-americanos em Pyongyang, terminaram no sábado em Estocolmo, sem qualquer anúncio de avanços concretos em relação à possível cimeira Trump-Kim.

A ministra sul-coreana considera, no entanto, que foi estabelecida “uma via de comunicação”, declarando-se certa de que há “troca de mensagens”.

“Mas creio também que o dirigente norte-coreano pode necessitar de tempo, tendo em conta a rapidez com que o Presidente Trump aceitou o convite para discussões. Penso que ficámos todos surpreendidos com a rapidez da decisão”, disse, antes de considerar que se tratou “de uma decisão extremamente corajosa da parte do presidente Trump”.

Kang Kyung-wha sublinhou que Kim Jong-un “deu a sua palavra” em relação ao compromisso com a desnuclearização, uma condição essencial para a realização da inédita cimeira.

“Estas palavras têm um peso significativo porque é a primeira vez que estas palavras vêm diretamente do dirigente supremo da Coreia do Norte”, adiantou.

Nos últimos meses, Trump e Kim têm estado envolvidos numa escalada de retórica, com ambos a lançarem ameaças de um potencial ataque nuclear.

Na sequência da reaproximação entre as duas Coreias iniciada com os Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul, uma delegação deste país esteve no dia 5 de março com Kim Jong-un.

O conselheiro para a segurança da presidência sul-coreana, Chung Eui-yong, que dirigia a delegação, divulgou depois que Pyongyang aceitou suspender os ensaios nucleares e balísticos se houver conversações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear e que dirigiu uma proposta de diálogo a Trump, aceite pelo presidente norte-americano.

O encontro será o primeiro da história entre líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte.