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Pequim pede a Washington para que anule sanções comerciais e fala de agressão

Trump assinou hoje diploma que confirma tarifas sobre importações chinesas. Foto EPA
Trump assinou hoje diploma que confirma tarifas sobre importações chinesas. Foto EPA

Os dirigentes de Pequim pediram hoje ao Presidente norte-americano, Donald Trump, que abandonasse as ameaças de sanções comerciais, apenas algumas horas depois de este ter assinado “um documento que orienta a agressão económica da China”.

A posição chinesa foi divulgada através de um comunicado da embaixada da China nos EUA.

“Exortamos os EUA a anularem a sua decisão, a tomarem decisões prudentes e a não colocarem as relações comerciais com a China em perigo”, aconselha-se no texto.

Trump confirmou hoje a vontade de aplicar tarifas sobre as importações chinesas num valor anual até 60 mil milhões de dólares (48,7 mil milhões de euros), assegurando, porém, ao mesmo tempo, que encara a China como um país “amigo”.

Com esta medida, Trump visa alegadamente a concorrência desleal por parte de Pequim e restringir o roubo de propriedade intelectual norte-americana.

Apesar destas medidas, Donald Trump insistiu, durante numa intervenção feita a partir da Casa Branca, que a China é um país “amigo” e que tem “imenso respeito pelo Presidente Xi Jinping”.

Também enfatizou a sua excelente relação pessoal com o seu homólogo chinês.

Robert Lighthizer, o representante do governo de Donald Trump para os assuntos comerciais, terá agora 15 dias para publicar a lista dos produtos afetados por estas tarifas.

Segundo fontes da Casa Branca, as novas tarifas podem afetar cerca de 1.300 tipos de bens, de sapatos a roupa, passando por dispositivos tecnológicos de última geração.

Uma vez publicada esta lista, existirá um período de discussão pública de 30 dias, antes das tarifas entrarem em vigor, de acordo com a administração norte-americana.

Por outro lado, Trump dará um prazo de 60 dias ao Departamento do Tesouro norte-americano para decidir como restringir o investimento chinês nos Estados Unidos devido a práticas de “distorção do mercado”, segundo as palavras de Peter Navarro, assessor para a área do comércio do chefe de Estado norte-americano.

Os Estados Unidos planeiam ainda denunciar a China perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) por alegadas práticas discriminatórias na atribuição de licenças tecnológicas.