Secção de Engenharia dos TSD/M promove tertúlia sobre Mobilidade
Especialista Paula Teles falou sobre o assunto
As questões da mobilidade não se esgotam na facilidade ou não com que se encontra uma vaga para estacionar. Paula Teles, uma das figuras maiores da mobilidade em Portugal e na Europa, defendeu ontem à noite (segunda-feira), no Funchal a necessidade de se “pensar” a um plano mais elevado, quando se está a desenhar a malha urbana.
“Aquilo que é mais relevante no caso da Madeira – independentemente de ser à escala municipal ou à escala regional –, é haver cada vez mais um planeamento da mobilidade que permita integrar todos os sistemas de transporte nos diferentes moldes”, explicou a especialista, à margem de uma tertúlia sobre o tema promovida pela secção de Engenharia dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD) da Madeira, que decorreu na sede do PSD/M.
Transportes públicos e tráfego automóvel. Estacionamentos e zonas para carga e descarga. Tudo isto, repetiu Paula Teles, deve ser integrado num plano global, porque mais do que a falta de estacionamentos, em Portugal a grande questão é o aumento do tráfego automóvel.
“Andamos cada vez menos a pé e mais de carro, o que são valores completamente contraditórios ao que se verifica na Europa, onde a bicicleta e os transportes públicos são cada vez mais utilizados”, explicou presidente a Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, lembrando que dois terços dos gases poluentes que emitimos são provenientes dos transportes.
Mas, sublinhou, não se trata apenas de uma questão ambiental. Como o aumento da esperança de vida, a mobilidade é também uma questão social. Na Madeira, por exemplo, o turismo sénior obriga a pensar o território de outra forma. “Uma mobilidade inclusiva, não só para seniores mas também para pessoas portadoras de deficiência”, observou, dizendo que existe todo um trabalho a ser feito no País que não se compadece com medidas avulsas, tão ao estilo dos portugueses. “Este é um trabalho que deve ser feito a uma escala superior”, concluiu.
Jorge Afonso, presidente da secção de Engenharia dos TSD/Madeira, explicou que o objectivo da iniciativa que trouxe Paula Teles à Madeira, foi o de “sensibilizar” a sociedade civil e a classe política para as visões “modernas” que estão a ser debatidas um pouco por toda a Europa, sobre o verdadeiro conceito de ‘smart city’.