Madeira

Comissão alarga audições sobre o Monte e Cafôfo volta a ser chamado “cobarde”

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“Cobardia política”, “arrogância”, e “mentira sistemática” foi como Carlos Rodrigues voltou a classificar a recusa de Paulo Cafôfo em ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde e Assuntos Sociais da ALM, sobre a tragédia do Monte. O deputado do PSD, visado indirectamente na resposta que o presidente da Câmara do Funchal enviou ao parlamento, acusa Cafôfo de “fugir às responsabilidades políticas.

A comissão, presidida por João Paulo Marques, perante a terceira recusa do autarca em ir ao parlamento, aprovou, por unanimidade, uma proposta do PSD para que fossem ouvidos outras entidades. Assim, serão convocadas a vereadora da CMF com responsabilidades no ambiente, Idalina Perestrelo, a presidente da junta de freguesia do Monte, Idalina Silva, o comandante dos Bombeiros Municipais do Funchal e o responsável pelo serviço de Protecção Civil.

O CDS, através de Mário Pereira, pretendia que fossem ouvidos o anterior presidente da CMF, Miguel Albuquerque e a secretária regional do Ambiente e Recursos Naturais, Susana Prada, mas o PSD rejeitou a proposta, lamentando que o CDS pretende “a toda a força, envolver o governo” na tragédia do Monte.

Patrícia Spínola admitiu a possibilidade de o JPP avançar para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à queda da árvore, no Largo da Fonte que matou 13 pessoas e feriu mais de 50.

Num comentário à resposta de Paulo Cafôfo, que voltou a recusar ir ao parlamento, João Paulo Marques lamentou que o autarca tenha usado “uma tragédia como foi a do Monte para fazer um ataque pessoal a um deputado que por acaso é presidente da comissão”, lembrando que o requerimento da audição foi do deputado independente Gil Canha e aprovado por unanimidade. “Aprovado por alguns partidos que integram a coligação pela qual o senhor presidente Paulo Cafôfo foi eleito”.

“Não podemos aceitar este bloqueio vindo da Câmara do Funchal, não podemos desistir, em nome de quem sofreu com esta tragédia”, afirma o deputado social-democrata que garante que a comissão não vai desistir de ouvir o presidente da CMF.

Sofia Canha, do PS, subscrever as posições do presidente da comissão, tal como Sílvia Vasconcelos, do PCP que concorda com as audições propostas. Raquel Coelho, do PTP, lembrou que o seu partido já criticou o “comportamento nada democrático” de Paulo Cafôfo. Mário Pereira, do CDS, foi o único a criticar a forma como “o pior da luta política veio para este assunto”.

Coube a Carlos Rodrigues, que já no plenário da ALm tinha tecido duras críticas ao presidente da câmara, apresentar as posições do PSD. O deputado comentou a “resposta indecorosa do sr. Paulo Cafôfo” que se queixa de ter sido insultado, embora sem referir directamente Rodrigues.

“Isultuosa é a forma como o senhor chefe de gabinete chama tótós a todos os deputados desta assembleia. Este chefe de gabinete, com reforçada importância neste novo regime que se quer implantar diz que os deputados ladram”, afirma, numa referência a comentários de Miguel Iglésias nas redes sociais.

Carlos Rodrigues protesta pela “cobardia política” de um presidente de câmara que “se esconde em argumentos estapafúrdios e contraditórios” e manifesta “arrogância” em relação ao principal órgão da autonomia. “Não é um qualquer presidente de câmara que se pode julgar acima da assembleia”, garante o deputado considera “mentirosa” a forma como Cafôfo se dirigiu ao parlamento.

“Mente desbragadamente, inclusive à revelia das instituições judiciais”, acusa o deputado que considera o comportamento do autarca um “desdém, frequente, constante e sistemático” em relação às vítimas da tragédia e aos seus familiares.

“Não quer vir à assembleia apenas porque não quer, porque é cobarde e tem medo de ser confrontado com as suas responsabilidades políticas”, diz o deputado do PSD que desafia Paulo Cafôfo a deixar de “esgrimir argumentos tontos, idiotas e ridículos” para não vir à Assembleia Legislativa