Desporto

“Dava para marcar falta a favor do Marítimo”, diz Daniel Ramos acerca da expulsão de Amir

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Na sala de conferência de imprensa, ambos os treinadores falaram, obviamente, sobre a partida. Fique comas declarações de ambos.

Daniel Ramos: “[Expulsão do Amir é momento do jogo?] Claramente que sim, até por aquilo que estava a acontecer. Apesar de alguma superioridade do FC Porto na primeira parte, nós também estávamos a conseguir dividir o jogo.

Esse momento é decisivo porque nos retira grandes possibilidades de lutarmos e de fazermos o jogo que queríamos. Tentámos sempre estar organizados e preencher bem os espaços. A nossa estratégia passava por aí e acho que a fizemos muito bem. Acho que estávamos a conseguir controlar o jogo.

Isso levou-nos a pensar que um jogo taco a taco iria ser muito complicado para nós. Tentámos gerir e controlar os espaços à mesma num bloco mais baixo a partir desse momento e aproveitar as nossas oportunidades se elas acontecessem. O jogo ficou descaracterizado na intenção de ser um jogo mais equilibrado e reduziu as nossas possibilidades de pontuar.

Por norma, sou sempre um defensor de que, mesmo que haja erro, a equipa de arbitragem tem o benefício da dúvida porque não é fácil de decidir. Contudo, é evidente que, se puxar a brasa para a minha sardinha, digo que o Soares ‘arranjou’ a bola com a mão antes do contacto e isso seria falta ao contrário.

Certo ou errado? Não dá para puxar atrás. Se houver erro, é análise para especialistas. Na minha óptica, dava para marcar falta a favor do Marítimo, mas aceito que é um lance difícil de ajuizar.

Nós, treinadores, queremos que haja coerência e ainda hoje assisti, como nos últimos jogos, que há lances que são analisados com diferentes critérios e isso chateia-me. Uniformizar critérios, ter o mesmo tipo de análise e o VAR (vídeo-árbitro) ser mais coerente nas decisões é, para mim, o caminho para que, no próximo ano e neste fecho de campeonato, os treinadores possam falar menos e as decisões serem ainda mais acertadas”.

Sérgio Conceição: “Sabíamos de antemão que íamos ter um jogo extremamente difícil. O Marítimo é sempre uma equipa muito competente em casa e o Daniel [Ramos] também tem feito um trabalho fantástico e sabíamos da nossa tarefa.

Devido à boa organização defensiva do Marítimo, depois de uma boa entrada [do FC Porto] na primeira, até aos 15 minutos, tivemos alguns problemas em chegar ao último terço.

A verdade que a expulsão, mesmo em cima do intervalo, facilitou a nossa tarefa, mas era preciso ir à procura dessa facilidade e nunca foi fácil. Muitas vezes, quando as equipas ficam com menos um jogador acabam por se fechar ainda mais, ser mais solidária e dificultar de certa forma, a tarefa do adversário.

Penso que as substituições que fui fazendo foi para dar à equipa algo mais para ganhar o jogo. Foi isso que aconteceu. Apareceu no final, mas tivemos inúmeras ocasiões durante o jogo. Fomos felizes só no final, mas é uma vitória justíssima da minha equipa.

Acho que foi com muita confiança, de procurar saber quais são as nossas qualidades, mas também os nossos defeitos, foi fundamental. Foi trabalhando em cima dessa humildade que conseguimos um grupo verdadeiramente forte.

Tivemos alguns problemas no início, como problemas financeiros, que não deram possibilidades para grandes contratações, mas sempre tive muita confiança nas opções que tínhamos emprestadas. Isto ainda não acabou. Não é um discurso de fim de época, mas formámos um grupo forte com jogadores que pertenciam a toda a gente. Mas acho que o mérito é de toda a gente na estrutura do FC Porto”