Brian Philp quer descobrir o “porto perdido” Machico

A placa colocada pela CMM não assinala o verdadeiro local do desembarque.
A placa colocada pela CMM não assinala o verdadeiro local do desembarque.

No ano de 1419, Tristão Vaz Teixeira e João Gonçalves Zarco desembarcavam, pela primeira vez, em solo madeirense, mais concretamente em Machico. O local exacto onde terão aportado os navegadores portugueses permanece todavia um mistério, que o arqueólogo britânico Brian Philp gostava de ver solucionado como tributo aos 600 anos da Descoberta das Ilhas do Porto Santo e da Madeira.

Entre 2014 e 2016, Brian e a sua esposa Edna, em parceria com os investigadores madeirenses do CHAM - Centro de História de Além-Mar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Élvio Sousa e Rafael Nunes, encetaram escavações em busca do “porto perdido” de Machico.

No entanto, os trabalhos acabaram por ser suspensos, quer por falta de maquinaria necessária para alcançar o estrato do subsolo onde se prevê encontrar vestígios do primeiro porto da ilha da Madeira, quer por falta de colaboração da paróquia de Machico, que é quem controla o acesso a este terreno local (situado nas imediações da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.

“Ainda temos planos para localizar o porto perdido em Machico, mas isso precisaria da cooperação da Igreja Católica que controla o acesso ao local para máquinas”, sublinha Brian Philp.

Relativamente ao financiamento da expedição, que seria levada a cabo em cooperação Câmara de Machico, o arqueólogo refere que a sua equipa “poderia angariar mil euros para os custos”.

Apesar de elogiar o trabalho feito na Madeira em áreas como a pintura e a estatuária, Brian Philp é da opinião que ainda há muito por fazer no que toca ao trabalho arqueológico no terreno na Região.

Ainda assim, expressa o seu desejo relativamente ao seu projecto em ‘terras de Machim’: “Seria muito apropriado fazer isto para o 600º aniversário, já que deve ser o local onde Zarco e Vaz desembarcaram”. E.F.