PCP condena "ações belicistas" dos EUA contra Venezuela e "deplora silêncio" do Governo português
O PCP condenou hoje as "ações belicistas e ameaças de agressão militar" dos EUA contra a Venezuela, considerando que, a "coberto de falsos pretextos", pretendem impor o saque dos recursos do país.
Em comunicado, o PCP sustentou que a instalação de meios militares dos EUA e "as recorrentes ações de provocação" no Mar das Caraíbas constituem uma séria ameaça à paz e à segurança e direitos do povo venezuelano e de outros povos da região.
"O PCP deplora o silêncio do Governo português perante a chantagem e as provocações belicistas dos EUA, assim como a sua não denúncia e condenação das ameaças de agressão militar afirmadas pela Administração Trump contra a Venezuela -- país onde vivem centenas de milhar de portugueses --, que constituem uma flagrante violação dos princípios da Carta da ONU e do direito internacional", lê-se, no comunicado.
Para o PCP, a "escalada intervencionista" e o que classifica como "ação subversiva do imperialismo norte-americano contra a Venezuela" representam a "continuação da política de ingerência, bloqueio e desestabilização", agora por meios militares, contra o povo bolivariano.
Destacando as aspirações dos povos latino-americanos e caribenhos à paz, o PCP saudou a recente rejeição, em referendo, da revisão da constituição do Equador para voltar a permitir a instalação de bases militares estrangeiras no país.
Desde 01 de setembro, as Forças Armadas norte-americanas destruíram cerca de 20 embarcações no mar das Caraíbas e no oceano Pacífico, perto da Venezuela e da Colômbia, executando extrajudicialmente pelo menos 83 pessoas, alegadamente "narcoterroristas".
Cerca de 10 mil soldados foram mobilizados, segundo fontes oficiais, e um dos principais navios da Marinha dos EUA, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior do Pentágono, foi posicionado junto à costa venezuelana.
Na sexta-feira, o Washington Post noticiou que Donald Trump se reuniu com os comandos militares norte-americanos para discutir várias linhas de ação, sobre as quais ainda está "estrategicamente indeciso".