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Ministra pede “esforço redobrado” a instituições para retirar pressão nos hospitais

Foto0  MIGUEL A. LOPES/LUSA
Foto0 MIGUEL A. LOPES/LUSA

A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu hoje uma crescente pressão nos hospitais por causa da covid-19, apelando a um “esforço redobrado” de lares e unidades de cuidados continuados para acolher quem já não necessite de cuidados hospitalares.

Na conferência de imprensa diária na Direção-Geral da Saúde, Marta Temido apelou a que só estejam em internamento hospitalar “aqueles que efetivamente precisem de estar”, para que sejam geridas de “forma eficiente” as capacidades dos hospitais, nesta área.

“Neste momento, é necessário fazer um apelo redobrado ao esforço de articulação de toda a estrutura social para que os hospitais sejam reservados para os casos graves e estados críticos”, sublinhou.

A ministra da Saúde adiantou que, pela análise dos números, “cresceu o número de doentes com necessidade de internamento hospitalar, e concretamente, doentes com necessidade de internamento nos cuidados intensivos”.

“É importante que todos percebamos que a pressão sobre o internamento hospitalar está a crescer”, frisou.

Marta Temido defendeu igualmente a necessidade de se “prevenir bloqueios” à admissão de utentes noutras estruturas como lares e unidades de cuidados continuados.

Desta forma, a responsável deixou um “apelo redobrado” quanto à admissão de novos utentes em lares ou unidades de cuidados continuados, sublinhando que implicará sempre, de acordo com as normas, “um teste laboratorial e uma avaliação clínica pelos profissionais de apoio à instituição de destino” que ateste a inexistência de sinais e sintomas de infeção respiratória no momento da admissão.

Ainda assim, Marta Temido sublinha que, “independentemente do teste e da avaliação”, o utente seja colocado num período de quarentena “não inferior a 14 dias”, acrescentado que, “em situações específicas”, em que não seja possível realizar o teste, possa acontecer a admissão “desde que o utente fique em isolamento”.

Marta Temido abordou ainda o caso dos doentes que recebam tratamentos hospitalares, como a hemodiálise, ou que fazem deslocações aos serviços urgência durante um período inferior a 24 horas.

Para estes casos, a ministra reconhece que a “probabilidade de transmissão não tenha acontecido”, quer pela sua limitação temporal, quer pelo facto de apenas terem mantido contacto com profissionais de saúde “com barreiras de proteção”.

No caso de ser alguém que está a sair de um internamento hospitalar, a recomendação, segundo a ministra, é de que o hospital promova a realização do testes antes de regressar à instituição.

“Se for positivo e o utente não tenha necessidade de cuidado hospitalar, apelamos a que regresse à unidade em que estava”, apelou Marta Temido, recomendando que as pessoas nestes casos devem ficar isoladas e com cuidadores em dedicação exclusiva, além de terem um acompanhamento clínico de equipa de saúde familiar.

Marta Temido pediu ainda uma “atenção especial para os mais vulneráveis com mais de 70 anos”, sublinhando que as urgências hospitalares “não são hoje nem nunca foram o melhor sítio para os proteger”.

A ministra deu ainda conta do reforço que tem existido na capacidade de ventiladores, que duplicou desde o início da pandemia, em março, encontrando-se agora nos 1.583 aparelhos, 85% dos quais com capacidade invasiva.

De acordo com Marta Temido, depois da chegada de hoje de 144 ventiladores, são esperadas ainda entregas de material a 06 de abril (508 ventiladores) e, depois, a 13 e 30 de abril, e ainda em maio.

Segundo a ministra além dos ventiladores que chegaram hoje foram também recebidos 280 monitores para unidades de cuidados intensivos que vão ser distribuídos consoante as necessidades hospitalares e pela sua capacidade de aumento de camas”.

Portugal regista hoje 295 mortes associadas à covid-19, mais 29 do que no sábado, e 11.278 infetados (mais 754), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Das 11.278 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (9.927) está a recuperar em casa, 1.084 (mais nove, +0,8%) estão internadas, 267 (mais 16, +6,4%) dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

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