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Cerca de mil trabalhadores das autarquias protestam em Lisboa por melhores condições

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Cerca de mil trabalhadores da administração local iniciaram hoje, pelas 10:30, no centro de Lisboa, uma marcha por melhores condições de trabalho e para exigirem o “reconhecimento da insalubridade, penosidade e risco”.

Os trabalhadores dirigiram-se à Assembleia da República, onde chegaram pelas 11:30 e onde serão recebidos pelos grupos parlamentares do PCP, PSD e CDS-PP.

“Se o trabalho é penoso, o suplemento é imperioso”, “Esta gente não tem vergonha, o suplemento está na engonha”, “Basta de adiamento, queremos o suplemento” e “Não ao mesmo disco, sim ao subsídio de risco” foram algumas das palavras de ordem que gritaram quando chegaram ao parlamento.

De acordo com o presidente do sindicato, José Correia, os trabalhadores querem “chamar a atenção para a degradação das condições de trabalho na administração local, sobretudo, no que diz respeito às condições de insalubridade, penosidade e risco”.

Os trabalhadores das autarquias vão ainda entregar ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, uma petição com as suas exigências, que conta com mais de 15 mil assinaturas.

Segundo José Correia, o tipo de atividades que aqueles profissionais exercem, nomeadamente serviços de insalubridade e higiene urbana, águas e saneamento, resíduos e cemitérios, “expõem a saúde dos trabalhadores de uma forma muito séria”.

“Estes trabalhadores não têm nenhuma compensação prevista na lei pelas condições em que desenvolvem a sua atividade, que é uma atividade perigosa, com efeitos nocivos para a saúde”, afirmou.

Explicou ainda que a proposta de um suplemento tem duas componentes, uma que é remuneratória e outra que tem a ver com “a prevenção do desgaste que provoca na saúde, nomeadamente no aumento dos tempos de pausa, na adaptação dos horários de trabalho, na possibilidade de ter uma antecipação da sua aposentação e uma majoração dos dias de férias”.