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Sarilhadas

Em matéria de Turismo, o diagnóstico é fácil de fazer e nem sequer preciso de gastar muitos dos pouquíssimos caracteres que me dão para esse efeito. Mesmo não sendo médico, que hoje em dia já nem sequer é critério para nada (esta é para bom entendedor...) atrevo-me a dizer: - estamos metidos numa bela “sarilhada”...

Chateia-me isto talvez porque não tenho outro ganha-pão ou sequer entretenimento, do género de “bora lá ver onde encaixamos a nossa malta?”, uma espécie de Fortnite dos adultos políticos que chegam ao poder, jogado até à náusea nestas últimas semanas.

Também fico aborrecido porque, se o diagnóstico é fácil, ele resulta de uma série de erros e omissões cometidos consecutivamente ao longo de décadas, que certamente não foram corrigidos por vontade expressa de quem tem por incumbência gerir o nosso destino colectivo.

É resultado igualmente de uma incapacidade crónica em ler os sinais e o mundo que nos rodeia, embevecidos que andamos com a beleza do nosso umbigo. Ou deveria eu dizer “excelência”, esse termo que tantas vezes oiço, tão a despropósito?

Nós não controlamos inteiramente o nosso destino, estamos sujeitos a conjunturas, a acções e influências de terceiros, até a fenómenos que de todo não podemos dominar. Mas há uma parte, por mais ínfima que seja, que depende de nós e do que decidimos fazer. E aqui, lamento dizer, repetimos sempre os mesmos erros, numa demonstração de falta de capacidade confrangedora em aprender com eles.

E agora? Feito o tal diagnóstico, a tal parte fácil, como é? Agora, como diz o povo, agora é que são elas! Talvez depois de chegados ao último nível do tal Fortnite que falei acima, que também não deve demorar muito uma vez que até presidentes aceitam rebaixar-se a vices sem tugir nem mugir, se consiga começar a trabalhar...

Vai ser extremamente difícil porque são muitos os assuntos urgentes e não sei qual deles o mais importante. Mas há que escaloná-los e, um a um, ir resolvendo.

O que peço é que não se pense que é com mais 1 milhão deitado em cima de promoção que vamos lá chegar ou que são anúncios desse género que nos sossegam. Porque sem estratégia, sem estudo, sem rumo, sem identidade e sem consistência não vamos a parte nenhuma. Outra vez...