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Quando a ameaça chega com... “queres que ligue ao Doutor?”

Quem nunca ouviu uma frase do género: dá para fazer isto assim ou assado ou queres que ligue ao Doutor? É o efeito nefasto da cunha a castigar tudo e todos.

Para os sortudos que não têm de lidar com o efeito nefasto deste doutoramento em influências, um dos grandes males da sociedade, este escrito serve para elucidá-los. Para os que já ouviram a ameaça do Doutor, bem, saibam que não estão sós, bem pelo contrário, quase todos passam por esse aviso que pretende condicionar quem quer trabalhar mais e melhor do que os outros. O meu conselho: não se amedrontem!

O expediente e o modus operandi como certas pessoas se movem no desenvolvimento dos seus negócios, querendo ganhar a tudo e a todos, não olhando a meios para atingir fins, continua a existir na Madeira. Se bem que hoje, arrisco-me a dizer, as entidades públicas, pelo menos a grande maioria delas, estar já menos dependente das influências dos doutores. Mérito das pessoas, pois claro!

Já no privado, as pessoas dependem muito de quem as lidera. Alguns colaboradores deixam-se mesmo embebedar pela cultura do doutor e sabem que, em última análise, quando há a ameaça de perder este ou aquele negócio, há que jogar sempre o tal trunfo: quer que ligue ao Doutor?

Mas porque raio existe este comportamento? Porque querem o sucesso à custa de tudo e de todos. Acreditam mesmo que as pessoas mantêm-se dependentes das cunhas e não sabem pensar por si? Qualquer negócio faz-se por quem apresenta o melhor produto e o melhor serviço! A cultura do medo, felizmente, já não faz parte do quotidiano madeirense como antigamente. E para aqueles que ainda se deixam enganar... saibam que essa hora já passou. Há mais para além dos doutores.

Já agora, para aqueles que trabalham de forma séria, deixo-vos o segredo de uma vida de trabalho independente de qualquer ramo de negócio: as abordagens que são feitas aos clientes têm que ser responsáveis e sempre com respeito máximo, quer pelos clientes quer por outros players. Defendo que haja uma relação com o cliente de parceria e não de “interessaria”! Nunca prometam o que é difícil de cumprir. Falem a verdade!

Esta arrogância tem os dias contados! Aliás, já não inunda o território madeirense com tanta força como acontecia no passado.

PS: O meu pai nunca ligou ao Doutor, e cá estou eu para as curvas!