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UE quer garantir segurança das rotas marítimas e evitar tensões no golfo pérsico

FOTO Reuters
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A chefe da diplomacia europeia frisou hoje que a União Europeia (UE) pretende garantir a segurança e evitar tensões nas rotas marítimas próximas, nomeadamente no estreito de Ormuz, no Golfo, região no centro de tensões com o Irão.

“Obviamente, temos todo o interesse em, primeiro que tudo, garantir a segurança e a estabilidade nas rotas marítimas mais próximas, o que inclui o estreito de Ormuz, e isso é claro, mas também temos interesse numa abordagem que evite a escalada de tensões e numa dinâmica colaborativa entre as partes daquela região”, declarou a responsável.

Falando aos jornalistas à chegada da reunião dos ministros da Defesa da UE, que decorre na capital finlandesa, Helsínquia, Federica Mogherini vincou que a União já desempenha “um importante papel para garantir a segurança marítima” naquela região, nomeadamente através de operações “bastante bem-sucedidas” na costa do Corno de África.

A situação no Golfo é um dos temas em cima da mesa na reunião ministerial de Defesa, que hoje termina em Helsínquia, no âmbito da presidência finlandesa da UE.

Hoje também começa o encontro dos ministros dos Negócios Estrangeiros e, nessa ocasião, será discutida a situação “ampla” do Médio Oriente, referiu a chefe da diplomacia europeia aos jornalistas.

Ambos os encontros decorrem no Finlândia Hall e são presididos por Federica Mogherini.

A representar Portugal estão, respectivamente, as secretárias de Estado da Defesa Nacional, Ana Santos Pinto, e dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.

A tensão na região do Golfo tem vindo a subir desde a retirada unilateral dos Estados Unidos em Maio de 2018 do acordo nuclear iraniano, seguida do restabelecimento de sanções norte-americanas ao Irão.

Nos últimos meses aumentou devido a ataques contra petroleiros no Golfo, pelos quais Washington responsabiliza Teerão, que desmente qualquer envolvimento.

Em meados de julho, o Irão apresou no estreito um petroleiro sueco com pavilhão britânico, o “Stena Impero”, 15 dias depois da apreensão do petroleiro iraniano “Grace 1” pelas autoridades britânicas ao largo de Gibraltar.

Na quinta-feira, o Tribunal de Gibraltar decidiu libertar o “Grace 1”, que com o novo nome de “Adrian Darya” se dirige agora para um porto turco.

O estreito de Ormuz é um ponto de passagem estratégico para o comércio mundial de petróleo.

Em 2018, cerca de 21 milhões de barris de petróleo circularam diariamente pelo estreito, segundo a Agência de Energia norte-americana (EIA), o que representa cerca de 21% do consumo mundial daquele hidrocarboneto e um terço do que transita por via marítima no mundo.

Também falando aos jornalistas à entrada para a reunião, a ministra da Defesa francesa, Florence Parly, afirmou que a UE tem reservas sobre a operação naval dos Estados Unidos no estreito de Ormuz, revelando que, por isso, alguns Estados-membros, entre os quais França, defendem uma “presença dissuasiva” da União naquela região.