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Presidente eleito da Guatemala foi expulso por apresentar documentação italiana

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O governo venezuelano atribuiu hoje a proibição de entrada na Venezuela do Presidente eleito da Guatemala, Alejandro Giammattei, por terem sido apresentados documentos de cidadania italiana, apesar de ser guatemalteco.

“A República Bolivariana da Venezuela informa a comunidade internacional sobre a não-admissão do cidadão Alejandro Giammattei no território venezuelano, que partiu de volta à sua origem no primeiro voo de hoje”, começa por explicar o comunicado.

O documento, divulgado em Caracas pelo Ministério venezuelano de Relações Exteriores, acrescentou que “como é do conhecimento público, o Sr. Giammattei tem o estatuto de Presidente eleito da República da Guatemala, no entanto, apresentou-se perante o posto de controlo de imigração com um passaporte que o acredita como cidadão nacional da República de Itália”.

“O facto de um Presidente eleito de uma República independente ter a intenção de entrar em outro país com uma cidadania diferente daquela do país em que exercerá a Presidência chamou a atenção dos funcionários correspondentes, que passaram a aplicar o protocolo de verificação de identidade e a fazer perguntas rigorosas sobre o motivo da sua visita”, pode ler-se no mesmo documento.

Segundo Caracas, “uma vez descartado, pelo próprio, que o motivo de sua viagem era o de uma visita de natureza turística ou privada, e ao não haver prova de convite do Executivo Nacional, nem coordenação alguma da embaixada da Guatemala com relação a esta visita declarou-se a sua inadmissibilidade, assim como a dos seus companheiros Pedro Brolo, com passaporte espanhol, e Giorgio Bruni, com passaporte italiano”.

“A visita à Venezuela de autoridades estrangeiras de alto nível exige não apenas a realização da coordenação bilateral em questões de agenda, segurança e emissão de vistos, mas também a apresentação de credenciais e documentos de identidade do país no qual cumprem que funções de governo”, explica.

No comunicado a Venezuela “reitera o seu apelo para manter as relações entre os Estados no âmbito de um maior respeito pelo Direito internacional”.

O Presidente eleito da Guatemala, Alejandro Giammattei, foi hoje impedido de entrar na Venezuela e expulso do país por funcionários do regime.

A situação foi denunciada pelo próprio, numa mensagem divulgada pelas redes sociais em que explica que foi proibido de entrar no país e escoltado até um avião, no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, o principal da Venezuela.

“Não nos deixaram entrar na Venezuela, escoltaram-nos até à porta e fizeram-me subir a um avião”, disse em mensagem acompanhada por um vídeo divulgado no Twitter.

No mesmo vídeo, Alejandro Giammattei envia uma mensagem ao presidente do parlamento e líder opositor Juan Guaidó, reafirmando o seu apoio.

Entretanto foi divulgado um outro vídeo de Alejandro Giammattei onde afirma estar já no Panamá e agradece “a solidariedade de governos e povos amigos da América” que entraram em contacto com ele, reiterando o apoio a Juan Guaido, esperançado de que “as coisas possam resolver-se na Venezuela, para bem do continente americano”.

A crise na Venezuela agravou-se desde janeiro último, quando o presidente do parlamento, Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país, afastar o Presidente Nicolás Maduro, promover um governo de transição e realizar eleições livres, democráticas e transparentes no país.