Oito civis mortos em ataques aéreos russos em Idlib
Oito civis, incluindo várias crianças, foram mortos hoje em ataques aéreos russos na província de Idlib, no noroeste da Síria, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Em declarações à agência de notícias France-Presse (AFP), o director do OSDH, Rami Abdel Rahmane, explicou que oito pessoas, incluindo uma família inteira, morreram em Sarakeb e Arnaba (sul de Idlib) nos “bombardeamentos contínuos da aviação russa”.
Entre as vítimas mortais estão cinco crianças, segundo a organização não-governamental (ONG), que tem uma vasta rede de fontes no país em guerra.
Em Sarakeb, eram deslocados e cuja tenda ficava perto do local bombardeado, referiu um correspondente da AFP.
Desde o início de dezembro, o regime sírio e o seu aliado russo intensificaram a sua ofensiva na região de Idlib, habitada por quase três milhões de pessoas, metade deles deslocados, uma área que ainda escapa ao poder de Damasco.
Esta nova escalada concentra-se no sul da província de Idlib e no oeste de Alepo, região atravessada por uma estrada que liga a cidade de Alepo à capital Damasco.
A província de Idlib e algumas zonas das regiões vizinhas de Alepo, Hama e Latakia são dominadas pelos ‘jihadistas’ do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS), um antigo ramo sírio da Al-Qaida e albergam outros grupos rebeldes.
O regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, apoiado por Moscovo, realiza desde 2015, ataques terrestres e aéreos em Idlib a fim de desalojar essas facções.
Vários acordos de trégua apoiados pela Rússia e a Turquia foram anunciados, sem, no entanto, conseguirem pôr fim às hostilidades.
Após uma grande ofensiva realizada entre Abril e Agosto de 2019, Damasco reconquistou partes da região, incluindo a cidade estratégica de Khan Cheikhoun.
O Governo sírio, que agora controla mais de 70% do país, indicou estar determinado a recuperar toda a área.
Desde Dezembro, quase 350 mil pessoas fugiram das suas casas, principalmente na província de Idlib, segundo a ONU.
O conflito na Síria, desencadeado em Março de 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia por Damasco, provocou mais de 380 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.