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Maior exportador de Cabo Verde prevê aumentar produção em 20% em 2020

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A empresa de transformação de pescado Frescomar, instalada na ilha de São Vicente, prevê aumentar no próximo ano em 20% a produção atual, de 51 milhões de latas de conserva, reforçando o estatuto de maior exportadora de Cabo Verde.

Em declarações à agência Lusa, o diretor comercial da Frescomar, Luís Pinto, explicou que aquela empresa trabalha essencialmente com cavala, atum e melva (tunídeo), pescado em Cabo Verde, contando atualmente com 1.650 trabalhadores.

Só na principal fábrica da Frescomar, em São Vicente, a perspetiva, face à previsão de crescimento da produção, que atualmente envolve ainda 25 mil toneladas de pescado processado, é chegar aos 2.000 trabalhadores no próximo ano.

“Talvez no final de 2020 chegarmos às 2.500 pessoas [totalidade do grupo em Cabo Verde]. Somos o maior empregador privado cabo-verdiano”, explicou Luís Pinto, referindo-se a todas as unidades que o grupo espanhol de transformação de pescado Ubago, proprietário da Frescomar desde 2008, quando assumiu a sua revitalização.

Além de Cabo Verde e Espanha, o grupo Ubago tem unidades de transformação de pescado e conservas em Portugal e Marrocos.

Em Cabo Verde, o grupo, responsável por 80% das exportações nacionais, tem a fábrica da Frescomar em São Vicente e a concessão de um cais de descarga de pesca local também no Mindelo. Na mesma cidade, o grupo Ubago possui ainda um entreposto frigorífico, enquanto na ilha do Sal conta com uma outra unidade de receção de pescado.

“Para 2020 estamos a prever um crescimento da produção da ordem dos 15 a 20%”, afirmou Luís Pinto.

Por resolução de maio deste ano, o Governo cabo-verdiano e a Frescomar SA acordaram um contrato de investimento para modernização do grupo, prevendo, lê-se no documento, o aumento do volume de exportação de pescado e a contratação de 250 trabalhadores, entre as ilhas de São Vicente e do Sal.

O contrato de investimento referia que a Frescomar (juntamente com as empresas associadas ATUNLO CV e FRESCOMARCPCI) apresenta uma faturação anual de 30 milhões de euros, com previsão de duplicar nos próximos dois anos.

Esse aumento é justificado com o contrato de investimento de oito milhões de euros, com a construção -- projeto em curso desde 2018 e incluído neste contrato de investimento - de uma câmara de armazenagem de pescado congelado com capacidade para 2.400 toneladas, aquisição de balsas e contentores de congelação e de um barco de apoio, com capacidade de transporte e congelação de pescado.

Envolvia ainda a instalação na fábrica de São Vicente de uma nova linha de enlatamento de filetes, a ampliação da linha de produção de farinha de pescado e óleo, e a conclusão do complexo de pesca na ilha do Sal.

“Estes projetos terão grande impacto na economia do país, com especial incidência nas ilhas de São Vicente e do Sal, onde proporcionarão o aumento de postos de trabalho diretos regulares, predominantemente acessíveis às mulheres, além de um significativo aumento de postos de trabalho indiretos e atividades geradoras de rendimento”, lê-se no contrato de investimento, de 09 de maio de 2019.

O contrato previa a atribuição, pelo Estado, de incentivos fiscais ao grupo privado, como isenção de direitos aduaneiros e pagamento de IVA na importação de vários bens, matéria-prima e máquinas.

Ainda a isenção de tributação de imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas durante cinco anos, a contar de 25 de agosto de 2019, tal como a isenção de tributação dos dividendos e lucros distribuídos aos acionistas.