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Guterres deslocou-se a mesquita nova-iorquina em solidariedade com muçulmanos

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, deslocou-se ontem à primeira mesquita construída em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para mostrar solidariedade com a comunidade muçulmana.

Na ocasião, Guterres apelou “à reafirmação da santidade de todos os locais de oração e à segurança de todos os fiéis”.

Falando uma semana depois do ataque terrorista a duas mesquitas na cidade neozelandesa de Christchurch, que provocou a morte a 50 pessoas, António Guterres avisou para o facto de se assistir “em todo o mundo ao aumento do ódio antimuçulmano, do antissemitismo, do discurso de ódio e do fanatismo”.

O chefe da ONU acrescentou que “é preciso agir contra o extremismo em todas as suas formas -- quer sejam contra mesquitas, sinagogas, igrejas ou onde quer que seja”.

Primeiro, Guterres falou na mesquita do Centro Cultural Islâmico de Nova Iorque, durante as orações, e depois esteve com os jornalistas na escola deste centro.

Na ocasião, o secretário-geral das Nações Unidas esteve acompanhado pelo imã e mais de uma dúzia de embaixadores de Estados muçulmanos e não-muçulmanos, incluindo da Nova Zelândia e Austrália, este último onde nasceu o extremista que atacou as mesquitas.

Em declarações feitas durante o período das orações, Guterres lembrou que um fiel que viu um estranho a entrar em uma das mesquitas de Christchurch disse-lhe “Olá, irmão”, sem saber que era um terrorista.

“Este é o espírito profundamente incorporado no Islão, uma religião que muito respeito -- a face do amor, compaixão, perdão, misericórdia e bondade”, disse Guterres.

Contudo, avisou, que “o discurso de ódio está a espalhar-se como fogo”, que “as redes sociais estão a ser exploradas como plataforma para o extremismo” e que “muitos movimentos políticos estão ou a admitir abertamente a sua filiação neonazi ou a reproduzir o seu discurso, os seus símbolos e as suas imagens”.

De forma mais seca, António Guterres considerou: “Este cancro está a espalhar-se. É nosso dever encontrar a cura”.