Grupo rebelde na Etiópia acusa Governo de efectuar ataques aéreos
Um grupo rebelde etíope, recentemente recebido de regresso ao seu país, acusou o Governo reformista de efetuar ataques aéreos que causaram várias mortes, o que é negado pelo executivo de Abiy Ahmed.
As tensões estão a crescer com a Frente de Libertação Oromo (OLF), que há cerca de um ano estava no exílio e listada como um grupo terrorista por travar uma guerra de guerrilha pela autodeterminação.
Este grupo foi um dos convidados a participar no diálogo político, como parte das amplas reformas do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, que assumiu o cargo em abril.
A OLF referiu, em comunicado, que a força aérea da Etiópia realizou ataques aéreos na região de Oromia, nos dias 12 e 13 de janeiro, causando sete mortos civis, entre eles um bebé.
“Tentar esconder esse ataque é como tentar esconder-se com um camelo roubado”, disse a OLF, acusando as tropas etíopes de queimar as casas das pessoas e roubar os seus pertences.
O gabinete de Abiy Ahmed negou os relatos de ataques aéreos, mas disse que os grupos rebeldes “não estão a cumprir os pedidos de paz”.
O assessor do primeiro-ministro, Billene Seyoum, acusou a OLF de “flagrante violência contra membros da comunidade”.
O comunicado salienta que as forças etíopes responderam a um pedido do governo regional de Oromia e que têm estado a realizar “uma operação de estabilização nas últimas duas semanas, estando a área agora a ser protegida”.
O primeiro-ministro recentemente expressou frustração com a OLF, alertando-a contra a tentativa de tomar o poder em poucos meses, em vez de seguir o caminho para o que ele prometeu serem umas “eleições livres e justas em 2020”.
A Etiópia está atualmente a enfrentar confrontos a em várias partes do país que levaram à deslocação de centenas de milhares de civis. As minorias étnicas foram atacadas e as universidades foram fechadas.
A agitação representa o maior desafio até agora às reformas da Etiópia.