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Brasil não vai assumir novas metas ambientais

Foto REUTERS/Adriano Machado
Foto REUTERS/Adriano Machado

O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, disse hoje que o país não se irá comprometer com “novas metas” para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

“Em 2020, haverá o momento oportuno para rever essas metas, mas não nos vamos comprometer com novas metas. Nós já temos as metas feitas. O nosso papel é dizer que o trabalho de casa já está feito até aqui”, disse Ricardo Sales em entrevista ao jornal O Globo.

O governante adiantou que o Brasil é “credor” nesta matéria, assegurando que o país já fez “muito mais” em comparação com os “benefícios e reconhecimento internacional” obtidos até agora.

Ricardo Salles manifestou a necessidade de o país estar presente na discussão ambiental “desde que a presença do Brasil resulte em benefícios concretos para a sociedade brasileira”, em consonância com a visão do Presidente, Jair Bolsonaro.

“Nós fizemos muito, comprometemo-nos muito e colhemos pouco. Agora é a hora de recolher, até para ter condições de incentivar a manutenção e a regularidade dessas ações de preservação ambiental”, explicou.

Salles, um advogado ligado ao grupo Endireita Brasil, uma organização civil que promove valores ultraconservadores, assumiu o Ministério do Meio Ambiente no Governo de Bolsonaro no passado dia 01 de janeiro.

Tal como Jair Bolsonaro, o ministro defendeu ao jornal O Globo o desenvolvimento de “certas atividades económicas” em algumas zonas de conservação.

Questionado sobre os tipos de atividades que uma zona de conservação poderia ter, Salles referiu a possibilidade de “uma ferrovia” ou uma “linha de transmissão elétrica”.

O ministro referiu ainda o turismo como outra possível fonte de renda a ser explorada em áreas protegidas e até mesmo, “dependendo do nível de proteção” da área, impulsionar a indústria extrativa, “com cuidado e responsabilidade”.

“A conservação não pode ser afirmada como uma questão de dogmatismo ideológico, deve haver uma atitude concreta de como conservar”, disse Ricardo Salles, acrescentando, contudo, a necessidade de “reconhecer as limitações do Estado, reconhecer as limitações legais e logísticas”.