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Acordo com a União Europeia tira crise de Caracas do debate central do Mercosul

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A euforia gerada pelo acordo com a União Europeia, que marca um momento de abertura comercial na América do Sul, fez a Venezuela sair dos discursos dos países do Mercosul, pela primeira vez nos últimos 13 anos.

Desde que começou o seu processo de adesão ao Mercosul em 2006, até à sua suspensão em 2017, por “rotura da ordem democrática”, a Venezuela desapareceu dos discursos dos ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco que vive um momento de abertura comercial.

Com reuniões a cada seis meses, a crise venezuelana sempre foi o ponto forte das discussões no Mercosul, mesmo depois da suspensão do país. Nesta reunião, no entanto, a Venezuela desapareceu dos discursos.

O MNE brasileiro, Ernesto Araújo, comparou o processo de abertura na região com o que acontece na Venezuela e, em discurso no plenário do Mercosul, classificou a situação como “o elefante na sala”.

“Neste momento, é preciso reconhecer que existe um elefante na sala, que é a questão da Venezuela”, ressaltou Ernesto Araújo.

“Estamos a mudar o peso da nossa região no mundo. O século XXI pode ser o século da América do Sul”, indicou, para logo marcar o contra-ponto: “a Venezuela é a grande pedra no caminho da América do Sul”.

“O grande desafio com que hoje se depara a nossa região é a plena recuperação da democracia em toda a região e, neste sentido, o grande desafio é a situação da Venezuela, um regime ditatorial que já não se preocupa em proporcionar nada para o seu próprio povo, mas apenas em manter-se no poder a qualquer custo”, acusou Araújo.

“O resto do mundo olha para nós com imensa expectativa. Só que a primeira pergunta é ‘e a Venezuela’?”, concluiu o ministro Ernesto Araújo em rara citação à crise venezuelana numa reunião marcada pela exaltação ao livre comércio, a partir do acordo com a União Europeia e das negociações em fase final com o EFTA (Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein) e com o Canadá.