Olavo Câmara
Uma nota de contexto: sou amigo do Olavo Câmara há mais de 10 anos. É ele a minha primeira e maior amizade política, uma de meia dúzia erguidas nesse meio duríssimo, forjadas primeiro no combate partidário interno e depois no externo, ao longo da nossa juventude e início de vida adulta. Vivi com ele coisas boas e más. Já nos apoiámos mutuamente, já nos zangámos a sério, já nos reaproximámos. Somos muito diferentes, mas parecidos no essencial que a política exige: a luta sem limites por aquilo em que se acredita - mesmo quando para concretizá-lo é preciso acreditar na força de uma geração inteira que esteve, que talvez ainda esteja disponível para concretizar a revolução política, económica e social de que a Madeira precisa.
O Olavo será o próximo presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz. Estou absolutamente convicto disso - e será por muitos e bons motivos. Não será por ser filho do Emanuel Câmara - ainda que, ao contrário do que muitos procuraram, sem sucesso, insinuar, isso seja um fator positivo, porque sinal de aprendizagem - de vida, política e partidária -, e nunca negativo. Não é um problema, porque quem vai decidir são as pessoas, com o seu voto, se querem ou não que um suceda ao outro. Ao contrário de Jaime Filipe Ramos e outros que tais, filhos de muita gente do PSD, que nunca tiveram a coragem de ir a votos em sítio nenhum, como número um, contra ninguém, este vai - e isso é uma primeira diferença fundamental, porque bem reveladora da coragem que tem. Não é um problema, como nunca foi no passado: quando o Olavo decidiu, em 2013, que seria candidato a Presidente da JS Madeira, contra um adversário, o Emanuel estava muito longe de ser presidente do PS - e por isso não o foi como o filho de ninguém, mas por mérito próprio. Foi assim como Presidente da JS, como deputado à Assembleia Regional e como deputado à Assembleia da República: sempre por vontade e trabalho próprio - por vezes, dentro do PS, não por, mas precisamente apesar e contra o facto de ser filho de quem é.
E se o Olavo já foi, politicamente, quase tudo o que havia para ter sido, na vida partidária e na política local, regional e nacional, foi porque queria mais do que os outros e acreditava mais do que os outros - muitas vezes, mais ainda do que eu. É essa força de acreditar, que soube sempre transformar numa capacidade de mobilização coletiva sem limites, que fez dele e da JS Madeira a força motriz do PS entre 2014 e 2020. É fácil perceber as diferenças entre o antes e o depois e compreender como o seu contributo foi decisivo para alcançarmos os melhores resultados da nossa História partidária. Se não concretizámos na Madeira a alternância democrática com que continuamos a sonhar, não foi por falta de vontade, trabalho e crença dos líderes da JS e do PS de então.
Chegados aqui, o tempo encarregou-se de colocá-lo no sítio certo: o de candidato a presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, o concelho que o viu praticamente nascer, crescer, estudar, iniciar a sua carreira política ao nível de freguesia, continuar a sua carreira profissional como jovem advogado que abriu escritório no seu concelho de sempre, realizar os seus primeiros investimentos pessoais e constituir família. Não era possível ter uma história mais ligada a um concelho do que aquela que o Olavo tem. Viver no Porto Moniz, com a mulher da sua vida e o filho acabado de nascer, é a confirmação de que há mesmo gente diferente - para melhor. Gente que acredita no potencial da sua terra e dos seus como mais ninguém. Gente reconhecida pelos seus pares, como os jovens socialistas e advogados madeirenses reconheceram, elegendo-o seu Presidente.
Gente que não precisou de mudar de partido para tentar ser alguém politicamente. Gente que não precisou da mão do Governo para ter emprego e fazer uns “favorzinhos” à população a partir do Funchal e aparecer agora como candidato a um município que provavelmente conhece pior ainda do que eu. Gente que não precisou de gritar “transparência” para ser a mão escondida da aliança do JPP ao PSD para tentar derrotar o PS no Porto Moniz.
O Olavo Câmara é diferente - para melhor. É o mais preparado politicamente, por tudo o que o seu trajeto confirma. É o mais preparado tecnicamente, por tudo o que a sua experiência pessoal, académica e profissional demonstra. É o mais próximo da população, por tudo o que a sua vivência diária revela - se puderem, experimentem, um dia, dar a volta ao concelho mais pequeno da Madeira com o Emanuel, ou o Olavo, e perceberão que, afinal, de tão grande que eles o fazem, nem uma semana chega para conhecê-lo e às suas gentes como deve ser. É o mais trabalhador, o que quer mais, o que tem mais vontade – não por si, mas pela população que quer servir.
O Olavo é meu camarada e, mais do que isso, meu amigo - mas antes de tudo isso, antes do partido a que pertencemos e da política em que nos conhecemos, é um filho do Porto Moniz, que colocou sempre em primeiro lugar. É o melhor da sua geração e o melhor dos candidatos à governação da sua terra. Será o próximo presidente da Câmara Municipal, porque não há no Porto Moniz quem não reconheça como verdade tudo aquilo que aqui escrevo. Só a inveja e a mesquinhez de alguns, até de meia dúzia que até há pouco tempo se diziam seus amigos, poderiam tentar fazer com que assim não fosse. Felizmente, como provou sempre, a população do Porto Moniz tem um coração grande e uma inteligência maior ainda. No dia 12 de outubro, sei que festejaremos, outra vez, em conjunto: porque, ao contrário de outros, o Olavo não precisa de ser Presidente da Câmara para continuar a viver no Porto Moniz, mas o Porto Moniz precisa mesmo que o Olavo seja seu Presidente para continuar no rumo certo – com futuro, sempre pelas pessoas.