E a lei da vitória é esta. Pão e festa

Eu percebo pouco de futebol. De política, também. “Vejo, ouço e leio . Não posso ignorar. “

Na política é como no futebol. Os adversários são tratados como inimigos, numa demonstração clara de desprezo pelos princípios básicos da cidadania, por alguns arautos da perfeição e da probidade. Apenas mentes educadas e sensatas aprendem a ser tolerantes com alguém que pensa diferente sem que, por isso, se considerem potenciais “inimigos “. Não, as que conheço, ou pensava conhecer.

Para mal dos nossos pecados, uma vasta parte da classe política actual parece ter sido encomendada à “TEMU”, aparentemente de boa qualidade, mas quando se abre descobre-se inúmeros defeitos de fabrico. Algumas destas personalidades indiciam estar na posse de um resto de mioleira desocupada, perdida algures na reduzida massa encefálica, donde provêm pensamentos debitados por bocas que deveriam voltar à instrução primária. Algumas destas “doutas “ individualidades, ocupando cargos de relevo, atribuídos por eleição ou nomeação, desprestigiam e descredibilizam as Instituições onde desenvolvem as inerentes funções. Sentem-se intocáveis e, do alto do seu pedestal, excluindo do seu léxico pessoal vergonha, respeito e educação facilmente o substituem por vocabulário pouco ortodoxo, recorrendo ao insulto e à humilhação. Perdem, literalmente, o respeito por si próprios e o respeito de quem ainda os respeitava. Ofendem moral e intelectualmente quem pensa diferente.

Depreende-se nestes seres exóticos uma propensão compulsiva para a mentira, para o insulto e para a vingança. Sobra-lhes em sobranceria, vaidade e egos superlativos o que lhes escasseia em humildade, empatia, equidade e igualdade no trato social, sem acepção de pessoas, credos ou ideologias de qualquer índole.

O exibicionismo exacerbado do bem e do bom tolda-lhes as mentes e a capacidade de enxergar para além do seu umbigo e o dos seus acólitos fiéis servidores. Ignoram, talvez, que essa manifestação não é mais do que a doença dos sem talento. A sua intelectualidade saloia é pródiga em deturpar a verdade e a mentir o suficiente até que a mentira passe a ser verdade. Vencerão sempre?

Horas de futilidades e lugares comuns preenchem cerimónias enxofradas e folclóricas, tudo em nome do povo, porque o povo quer é Festas .

E a lei da vitória é esta. Pão e festa.

Porém, há muito povo que sabe muito bem que vão mudando os executantes da orquestra, mas a música é, invariavelmente, a mesma.

Afinal, tudo não passa de um cabide cheio de roupa velha, que um dia cairá em desuso.

Madalena Castro