Madeira além-fronteiras
Celebrar e viver a Madeira além-fronteiras tem uma carga emocional diferente
Esta semana celebrámos o dia da nossa Região e das nossas Comunidades espalhadas pelo mundo.
Um dia vivido e sentido de uma forma muito especial além-fonteiras, graças ao amor e ao carinho dos madeirenses residentes no estrangeiro à nossa terra.
Um dia de festa em Jersey, Londres, Venezuela, África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos e em tantas outras partes do mundo, onde se continua a preservar as nossas tradições e a nossa identidade.
As Comunidades Madeirenses continuam a desempenhar um papel decisivo, como as grandes embaixadoras da nossa cultura e do nosso legado fora das fronteiras físicas do nosso arquipélago.
E tanto nos honram e dignificam com a sua persistência, dedicação, humildade e ética de trabalho.
É o caso da recente distinção do madeirense João Carlos Nunes, radicado em Jersey há cinquenta anos, pelo Presidente da República com o Grau de Comendador da Ordem de Mérito.
É um justo e merecido reconhecimento por todo o trabalho que desempenhou ao longo de vários anos, em prol da nossa comunidade nesta ilha do Canal, a quem presto a minha sentida homenagem e o meu público agradecimento.
Celebrar o dia da nossa Região é também valorizar e homenagear o papel dos madeirenses que desafiaram os limites físicos do nosso território e que não tiveram receio de enfrentar os desafios e o “status quo”, em busca de um futuro melhor.
É por isso de uma enorme importância, o projeto inédito do estudo global sobre a diáspora madeirense, levado a cabo pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento de Educação, Cultura e Social, liderado por Eugénio Perregil.
Um projeto que reúne mais de trinta investigadores e que pretende resgatar e valorizar a memória da nossa diáspora espalhada pelos quatro cantos do mundo.
A preservação da memória histórica do nosso povo além-fronteiras merece todo o nosso reconhecimento e toda a nossa dedicação.
E ainda há tanto por fazer para enaltecer o importante contributo das nossas Comunidades no engrandecimento da nossa Região além-fronteiras.
Celebrar e viver a Madeira além-fronteiras tem uma carga emocional diferente.
É sempre muito difícil abandonar a nossa zona de conforto, enfrentar o desconhecido, à procura de uma vida melhor.
O distanciamento físico e a saudade da Madeira, levam a uma valorização diferente da nossa Região e proporcionam uma outra compreensão e uma distinta reflexão sobre quem somos enquanto povo.
Como referiu o prémio nobel da literatura, José Saramago: “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”.