Conheci o Padre Francisco Santana em abril de 1955, quando a Juventude Operária Católica Portuguesa, realizou o seu Congresso Nacional em Lisboa; no Instituto Superior Técnico.

Foram da Madeira 21 raparigas e 18 rapazes, viajando no navio Carvalho Araújo, que já vinha quase completo das Ilhas dos Açores.

As raparigas jocistas, foram acomodadas, enquanto os jocistas, foram sem acomodação, numa viagem de 48 horas, dormindo no convés, em espreguiçadeiras, agasalhados com cobertores durante 2 dias.

Foi a Juventude Operária Católica da Madeira, que preparou o grande salão das oficinas do Instituto, sendo os rapazes os arrumadores das máquinas, bancadas e bancos, na cave do edifício. Os rapazes foram buscar, às escolas católicas, 3.000 cadeiras; estando as raparigas a limparem o local e a arrumarem as cadeiras.

Os jocistas de Lisboa, sabendo que estavam jocistas madeirenses, campeões de ping-pong, chamado atualmente, ténis de mesa; desafiaram-nos para jogar na sua sede da JOC, em São Mamede.

Quando estávamos a jogar, por volta das 21 horas, chegou o padre assistente da JOC, Francisco Santana, acompanhado de um homem; tendo os jovens de Lisboa nos chamado a atenção que estava a chegar a PIDE-Polícia de Investigação e Defesa do Estado.

Como o Padre Francisco Santana, era padre operário na CUF-Companhia Uniâo Fabril; foi subindo de dignidade até à dignidade de Bispo da Igreja Católica Romana.

O Bispo Francisco Santana, responsável pelos Cursos de Cristandade em Lisboa e do apostolado da Stella Maris, que estão sedes nos portos marítimos, em Portugal e nas Ilhas Adjacentes, que esteve uma das sedes na cidade do Funchal, próximo da Sé Catedral.

Em 1962, eu estava em Lisboa, quando participei na receção dos homens que tinham participado num Curso de Cristandade, sendo o padre responsável pelo Curso o Rev. Padre Francisco Santana, tendo o Sr. Braancampo Sobral, participado nesse Curso de Cristandade.

Mais tarde, o Sr. Braancampo Sobral, foi colocado na Ilha da Madeira, como Governador Civil, e como não havia Bispo na Diocese do Funchal, com a influência do governador civil, foi colocado o Bispo Francisco Santana a tomar conta da Diocese do Funchal.

Estava eu no adro da Sé, entre dois Padres, assistentes da Acção Católica, para a ver a chegada do novo bispo à nossa Diocese.

Há entrada da Porta, da Sé Catedral do Funchal, o Bispo Francisco Santana; disse que na Madeira, nada se faria sem o seu conhecimento.

Foi o Bispo Francisco Santana, o perseguidor dos padres que queriam pôr em prática a doutrina do Concílio Vaticano II; foi o Bispo Francisco Santana, que fechou o Seminário da Encarnação do Funchal; profanou a procissão do Corpo de Deus, que saía da Sé Catedral, para fazer a celebração no Campo dos Barreiros; pediu ao Senhor Engenheiro Ornelas Camacho, Presidente do Governo Regional da RAM, para ceder o seu lugar ao Dr. Alberto João Cardoso Jardim; exigiu aos responsáveis dos Cursos de Cristandade, que fosse feito, todos os meses, um curso para homens e outro para mulheres, que os danos que causou, na vivência do cristianismo no Arquipélago da Madeira, foi mau!

O sacerdote Padre Martins Júnior, foi perseguido pelo Bispo Francisco Santana.

Que Deus lhe dê o eterno descanso.

José Fagundes