Afinal precisamos ou não dos estrangeiros?
Num país onde a pirâmide populacional está suficientemente estudada e onde nos indicadores de envelhecimento nos coloca na 2º posição entre os 27 da UE, numa tendência crescente negativa face ao saldo quer óbitos e nascimento, quer de população envelhecida e jovem, o futuro é tudo menos risonho tendo em conta as principais atividades comerciais que caracterizam o PIB interno nacional.
Nos últimos tempos a política nacional tem sido abalada pela crescente contestação em relação à entrada de migrantes no país.
Estamos de facto no top 3 do ranking europeu ao nível da taxa de crescimento migratório, contrastando com a variação negativa do crescimento natural.
Então, por outras palavras vamos precisar de mais população ativa para conseguir estabilidade ao nível das políticas de contribuição social no futuro.
Estranhamente, ou não, a mensagem anti-migrante vem de acordo com a tendência internacional, com o crescimento da extrema-direita e o aumento da defesa de medidas protecionistas anti-imigração.
O tom tem subido e a temperatura está demasiado quente nesta temática fundamental para a nossa sobrevivência.
Se já se verificou que em termos de necessidade de mão de obra, dado o contexto nacional que se caracteriza, em muitos locais, pela falta dela, onde os portugueses se recusam a trabalhar de acordo com a exigência do mercado cada vez mais globalizado e em mudança constante por via das sucessivas crises que nos assolaram na última década, então os trabalhadores estrangeiros são, sem dúvida necessários para cobrir essa falha a médio e longo prazo.
Contestar a falta de controlo na entrada e permanência é uma coisa, e talvez até justa do ponto de vista daqueles que se encontram no país e não trabalham, vivendo da subsidiação estatal, contestar a liberdade de mercado e a necessidade de recorrer a trabalhadores especializados é outra.
Portugal deve implementar uma política de controlo eficaz e eficiente para que a paz social seja uma realidade constante e isso passa certamente por fiscalizar e promover a segurança e a permanência dos migrantes que realmente procuram Portugal não pelo passaporte português, um dos mais valiosos do Mundo, que garantirá entrada em cerca de 185 países, mas pela obrigatoriedade de cobrir as reais necessidades do nosso mercado.
O controlo é algo que é passível de ser debatido, regendo a atuação de acordo com legislação e acordos internacionais vigentes.
Já o clima de Xenofobia que tem caracterizado a mensagem de um partido, cada vez mais crescente como contestatário dos mais elementares direitos humanos, deve ser reprimido, sob pena da deterioração do sistema democrático da própria democracia em si.
Apesar da crescente polarização desta temática, a verdade é que os estrangeiros, não só são necessários, como são imprescindíveis para o futuro de Portugal.
Portugal precisa de garantir o seu futuro!
António Pedro de Freitas