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Assembleia Legislativa Madeira

Deputados estreantes fazem votos de estabilidade

Nove parlamentares integram pela primeira vez o hemiciclo da ALRAM

A Assembleia Legislativa da Madeira acolheu ontem os 47 deputados que compõem a XV Legislatura (2025-2029), entre os quais se contam nove estreantes.

Basílio Santos (JPP), Bina Garcês (PSD), Eduardo Abreu (PSD), Gonçalo Leite Velho (PS), Gonçalo Maia Camelo (IL), Manuela Gonçalves (CH), Mariusky Gonçalves (JPP), Milton Teixeira (JPP) e Sara Sousa (PSD) integram pela primeira vez o hemiciclo madeirense.

Alguns destes nomes chegam ao Parlamento regional na qualidade de substitutos. É o caso dos três novos deputados do Partido Social Democrata, bem como de Mariusky Gonçalves e Milton Teixeira, do Juntos Pelo Povo.

Ao DIÁRIO, os novos integrantes da casa da democracia madeirense fazem votos de estabilidade a bem de toda a Região rumo a uma maior credibilidade da política.

O PSD volta a apostar não apenas na renovação da representação parlamentar, mas também no rejuvenescimento dos seus quadros ao apresentar Eduardo Abreu e Sara Sousa, ambos com 27 anos. Natural do Jardim da Serra, Eduardo Abreu promete trazer um “conceito diferente” à Assembleia. “O futuro a nós [ jovens] pertence”, afirma o deputado, que pretende atrair os jovens para a política, elogiando a visão do partido na “renovação dos quadros”. Para esta legislatura, espera “estabilidade, sem políticas demagogas, para que o povo madeirense ganhe”.

Sara Sousa, enfermeira de profissão, aponta a saúde e a juventude como áreas prioritárias. A jovem deputada compromete-se a “enfrentar os desafios com transparência e espírito colectivo”, mantendo o foco nas necessidades da população e nos objectivos do partido social-democrata.

Outra aposta do PSD é Bina Garcês, assistente social, que destaca a importância de “quatro anos de maior estabilidade”. A nova parlamentar quer aplicar a sua experiência pessoal e profissional nas áreas da saúde e da acção social, contribuindo para a continuidade do trabalho desenvolvido.

O Juntos Pelo Povo, a actual maior força da oposição, também introduz três novos elementos no Parlamento Regional.

Mariusky Gonçalves, docente especializada em intervenção precoce na infância, considera prioritárias as áreas da inclusão e da educação. “Apesar dos avanços, há ainda muito a fazer”, defende, com votos de uma legislatura marcada pela estabilidade que a Região precisa, lembrando que o povo foi “soberano e democrático na sua decisão” nas Eleições Regionais. “Espero que se discuta realmente o que é necessário e que da discussão possam sair soluções.”

Milton Teixeira, presidente da Junta de Freguesia do Caniço, assume o lugar de Jéssica Teles, deputada eleita que estará ausente por cinco meses, por motivos de maternidade. O deputado realça que a sua experiência autárquica vai permitir auxiliar o grupo parlamentar do JPP, enriquecendo o Parlamento Regional: “Espero, sinceramente, que esta seja uma legislatura profícua com respeito por parte de quem governa e com respeito também por parte da oposição porque, assim, quem vai ganhar é a Madeira e os madeirenses, todos temos de estar focados no bem comum.”

Basílio Santos, bancário natural da Calheta, pretende trabalhar em prol da Região, com especial atenção aos concelhos rurais e ao sector primário, lamentando que essas áreas “nem sempre são prioridade na Assembleia Regional”. O parlamentar defende o reforço do poder político regional, que, na sua opinião, tem sido “desvalorizado e descredibilizado”, permitindo “dignificar o trabalho dos parlamentares”. Para isso, considera fundamental um ambiente político menos conflituoso e mais centrado no bem comum, no fundo, “uma Região mais pacífica em termos de confronto político”.

Pelo Partido Socialista, Gonçalo Leite Velho assume o compromisso de trabalhar “com dignidade e pela melhoria da Região”, na expectativa de uma legislatura marcada pelo civismo. O professor universitário lamenta que as propostas da oposição nem sempre sejam debatidas de forma construtiva e assume a ambição de mudar esse cenário: “Um dos meus objectivos é alargar os consensos e permitir que propostas da oposição possam também ser aprovadas. Isso seria um marco positivo para a democracia regional.”

Manuela Gonçalves, deputada do Chega, pretende defender os interesses dos madeirenses “com coragem e clareza”, promovendo uma autonomia “mais respeitada, uma gestão pública transparente e políticas centradas nos cidadãos”. A parlamentar acredita numa Madeira “segura, livre de corrupção, onde o mérito e o trabalho sejam valorizados”.

Gonçalo Maia Camelo, deputado único da Iniciativa Liberal, confessa a responsabilidade “acrescida” de representar os princípios liberais no Parlamento Regional. O estreante que carrega a missão da defesa do liberalismo com “moderação e responsabilidade, em prol dos madeirenses” antevê uma legislatura difícil para a oposição: “Com uma nova maioria absoluta, dificilmente haverá grande margem de manobra para a oposição conseguir fazer o que quer que seja.”